Filha do criador do Freddo critica preço atual
- Beatriz S. Nascimento
- há 3 dias
- 2 min de leitura

Leonie Wadin lamenta a transformação de um doce acessível num símbolo do aumento do custo de vida
O popular chocolate em forma de sapo, Freddo, outrora um mimo acessível para crianças, tornou-se, com o passar das décadas, um reflexo do agravamento do custo de vida no Reino Unido. O produto, originalmente lançado na Austrália por Harry Melbourne, é hoje motivo de desilusão para a sua filha, Leonie Wadin, que garante que o pai não aprovaria o rumo comercial tomado pelo doce.
Doçura acessível que se tornou artigo de luxo
Criado há quase cem anos, quando Melbourne ainda era adolescente e trabalhava na fábrica de doces MacPherson Robertson, em Melbourne, na Austrália, o Freddo foi concebido para ser uma guloseima infantil simpática e económica. A forma original seria a de um rato, mas Harry convenceu os superiores a optarem por um sapo, por receio de que a imagem do roedor assustasse as crianças. O chocolate foi lançado no mercado por apenas um penny.
Contudo, a evolução do preço ao longo do tempo tornou-se motivo de piada e frustração entre os consumidores. No Reino Unido, o Freddo custava 10 pence em 1999. Atualmente, pode atingir os 45 pence em algumas lojas, valor que, para muitos, está acima do razoável para um doce de 18 gramas.
Herdeira recusa comprar o doce e critica encarecimento
Leonie Wadin, de 74 anos, afirmou em entrevista à Sky News que deixou de comprar o chocolate desde a morte do pai, em 2007. “O meu pai ficaria horrorizado com o tamanho atual e o preço. Era um chocolate de um penny”, disse. Apesar de não o consumir, Leonie reconhece com orgulho a popularidade da criação do pai, especialmente no Reino Unido, e partilha que os bisnetos de Harry continuam a comprar Freddos e a sentir orgulho da história familiar.
Publicidade
“Quero que o Freddo continue a passar de geração em geração. O sapo faz parte da nossa história, e nunca irá desaparecer”, acrescentou.
Preço e perceção de valor em debate
Embora o peso do Freddo se mantenha relativamente estável no Reino Unido — cerca de 18 gramas —, os aumentos de preço alimentaram críticas e suspeitas de “shrinkflation”. No entanto, segundo dados recentes, em termos proporcionais ao salário mínimo atual, os consumidores até podem comprar mais unidades por hora de trabalho do que no final dos anos 90.
Ainda assim, o aumento absoluto do preço desde o relançamento em 1994, quando custava 10 pence, levanta questões sobre o valor real do produto face à inflação e à acessibilidade.
Para Leonie, no entanto, a principal preocupação não está na economia, mas sim no legado do pai e no desvirtuar da ideia original de um chocolate simples, acessível e feito a pensar nas crianças.
B.N.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments