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Hiroshima e Nagasaki: 80 Anos Depois

O dia 6 de agosto de 1945 amanheceu com um céu limpo e azul sobre Hiroshima, no Japão.
Hiroshima e Nagasaki: 80 Anos Depois © Metro

O dia 6 de agosto de 1945 amanheceu com um céu limpo e azul sobre Hiroshima, no Japão. Pouco depois das 8h da manhã, o céu foi rasgado por um clarão branco, seguido de uma explosão devastadora que marcou o início da era nuclear. Três dias depois, o cenário repetir-se-ia em Nagasaki. As duas cidades foram alvo dos únicos ataques nucleares em contexto de guerra, lançados pelos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial.


Yoshito Matsushige, um fotojornalista japonês de 32 anos à data, encontrava-se em casa, a cerca de três quilómetros do epicentro da explosão. Sem ouvir qualquer som, viu o mundo ao seu redor transformar-se numa luz branca intensa. Depois, sentiu o impacto brutal da onda de choque, como se centenas de agulhas perfurassem o seu corpo. Ainda assim, conseguiu recuperar a sua câmara fotográfica dos escombros e documentar os efeitos da tragédia. As imagens que captou são, ainda hoje, as únicas fotografias conhecidas do imediato pós-explosão em Hiroshima.


Yoshito, que morreu em 2005 aos 92 anos, foi uma das muitas vozes que testemunharam os horrores daquele dia. Na ponte Miyuki, viu centenas de vítimas, a maioria raparigas do ensino secundário, agrupadas após serem retiradas das escolas. A sua memória permanece como símbolo da importância de recordar o que aconteceu.


Um legado de dor e alerta às novas gerações

O bombardeamento atómico matou instantaneamente dezenas de milhares de pessoas e, nas semanas seguintes, muitas mais sucumbiram às consequências da radiação. Os poucos sobreviventes ainda vivos são hoje idosos e continuam a dar testemunho para que os horrores do passado não sejam esquecidos.


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Takato Michishita, sobrevivente de Nagasaki, afirmou recentemente que os civis são sempre as principais vítimas da guerra. “Queridos jovens que nunca experimentaram os horrores do conflito: receio que alguns de vós estejam a dar por garantida esta paz conquistada com tanto sofrimento”, alertou.


Apesar de se terem passado 80 anos, as tensões nucleares voltam a marcar presença nos noticiários globais. As ameaças de novos conflitos e o debate sobre armamento atómico mantêm-se vivos, fazendo com que o passado continue a lançar uma sombra sobre o presente.


As comemorações dos 80 anos dos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki não são apenas um momento de reflexão histórica. São também um apelo à paz, à responsabilidade política e ao compromisso global de evitar que armas nucleares voltem a ser usadas.


B.N.


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