Homem condenado por homicídio de criança palestino-americana morre na prisão
- Monica Stahelin
- 28 de jul.
- 2 min de leitura

Joseph Czuba, senhorio do estado de Illinois, Estados Unidos, condenado pelo assassinato do seu jovem inquilino palestino-americano, faleceu enquanto cumpria pena de prisão. Czuba, de 73 anos, havia sido sentenciado em maio a 53 anos de cadeia pelo homicídio de Wadea al-Fayoume, de apenas seis anos, bem como pela tentativa de homicídio e agressão grave à mãe da criança, Hanaan Shaheen, em 2023.
O agressor morreu no Departamento de Correções do Illinois, poucas semanas após o início do cumprimento da sua longa pena. A causa da morte ainda não foi divulgada pelas autoridades.
Crime motivado por ódio religioso após conflito Israel-Gaza
O crime ocorreu pouco depois do início da guerra entre Israel e Gaza e foi motivado por ódio religioso, segundo a polícia local. Czuba terá visado deliberadamente a família por causa da sua fé islâmica. Durante o ataque, o senhorio esfaqueou Wadea al-Fayoume 26 vezes, provocando-lhe ferimentos fatais que levaram à sua morte no hospital.
A mãe da criança, que sofreu graves ferimentos durante a agressão, testemunhou em tribunal que Czuba a atacou primeiro, usando palavras dirigidas à sua religião, afirmando: “tu, como muçulmana, tens de morrer”. Devido às lesões sofridas, Hanaan Shaheen não pôde assistir ao funeral do filho.
O caso gerou ampla repercussão nos Estados Unidos e reacendeu os receios sobre a persistência e o aumento dos crimes de ódio contra muçulmanos e palestinos. A comunidade local em Plainfield, cidade onde ocorreu o ataque e que tem uma presença significativa de famílias palestinas, mostrou-se profundamente abalada com o sucedido.
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Julgamento e impacto social
O julgamento de Joseph Czuba foi rápido, com o júri a deliberar por menos de 90 minutos antes de emitir um veredito de culpa. Além de homicídio em primeiro grau, Czuba foi considerado culpado por duas acusações de crime de ódio, tentativa de homicídio e agressão agravada.
Durante o julgamento, foram exibidas imagens do local do crime que causaram grande impacto, a ponto de o juiz decidir não as mostrar ao público presente, que incluía familiares e membros da comunidade palestina.
Ahmed Rehab, diretor executivo do Conselho de Relações Islâmico-Americanas (CAIR) em Chicago, afirmou numa declaração após a morte do condenado que, apesar de Czuba ter falecido, “o ódio permanece vivo e presente”. A organização tem trabalhado para sensibilizar para a necessidade de combater a discriminação religiosa e étnica que continua a afectar várias comunidades nos Estados Unidos.
Em junho, foi inaugurado um memorial em memória de Wadea al-Fayoume num parque infantil em Plainfield, como forma de homenagear a vítima e promover a reflexão sobre a importância da tolerância e do respeito entre culturas.
M.S.
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