Lula Recorda 525 Anos da Chegada dos Portugueses ao Brasil
- Monica Stahelin
- 24 de abr.
- 2 min de leitura

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, assinalou esta terça-feira, 22 de abril, o marco de 525 anos da chegada dos portugueses ao Brasil, mas aproveitou a ocasião para recordar um legado de “submissão” ao colonialismo.
Durante uma conferência de imprensa conjunta com o presidente chileno, Gabriel Boric, no Palácio do Planalto, em Brasília, Lula fez questão de destacar o impacto da colonização no Brasil, especialmente nas áreas de educação e autonomia.
“Hoje foi o dia em que os portugueses descobriram o Brasil”, começou Lula, brincando com a ideia de que os portugueses já sabiam da existência do território antes de 1500. A data referida marca o desembarque da armada comandada por Pedro Álvares Cabral na Ilha de Vera Cruz, em 22 de abril de 1500.
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A Primeira Universidade e a Subordinação ao Império Português
O presidente brasileiro sublinhou que a história de subordinação ao poder colonial foi um fator de atraso para o desenvolvimento do país, citando o exemplo da criação da primeira universidade no Brasil.
“O Brasil só foi ter a sua primeira universidade em 1920, só para você perceber a submissão que nós tivemos tantos anos aos colonizadores que nos colonizaram”, disse Lula ao seu homólogo chileno.
No período colonial, o Brasil era uma colónia que impedia a criação de universidades por lei, enquanto os filhos das elites eram enviados para estudar na Europa, especialmente em Coimbra, Portugal, onde se especializavam em Direito e Medicina.
A fundação da Universidade do Rio de Janeiro, em 1920, foi um marco significativo, mas, conforme destacou o presidente, ocorreu sem a verdadeira integração entre suas diferentes áreas e sem o espírito acadêmico de colaboração no desenvolvimento do saber.
A Influência do Colonialismo nas Relações entre Brasil e Chile
Além disso, Lula destacou que a história comum do Brasil e do Chile, marcada pela influência de potências coloniais, fez com que os dois países fossem, durante muitos anos, "induzidos a tratar-se como inimigos", refletindo os efeitos duradouros do colonialismo na relação entre as nações da América Latina.
A reflexão de Lula sobre este episódio histórico faz parte de um processo contínuo de valorização da identidade nacional e da luta por uma maior autonomia e desenvolvimento para o Brasil, com ênfase na educação como fator fundamental para a superação das heranças do colonialismo.
M.S.
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