Maia investe mais de 47 milhões para reabilitar rede de saneamento até 2030
- Monica Stahelin
- 27 de jun.
- 2 min de leitura

A Câmara Municipal da Maia prevê um investimento superior a 47 milhões de euros na reabilitação da rede de saneamento do concelho até 2030, na sequência de um diagnóstico técnico que revelou múltiplas fragilidades com impacto directo no ambiente e na saúde pública. O plano municipal contempla a substituição de infraestruturas degradadas e intervenções profundas nas estações de tratamento de águas residuais (ETAR).
O relatório identificou problemas como deficiências no cadastro das infraestruturas, insuficiências hidráulicas em vários troços, condutas envelhecidas e ligações irregulares, além de descargas poluentes no rio Leça. Foram também registadas situações de risco sanitário, como a presença de microorganismos em tempo seco, associadas à emissão de odores e à corrosão de materiais.
Reabilitação das ETAR e rede de drenagem são prioridade
Dos 47 milhões de euros previstos, cerca de 27 milhões destinam-se à remodelação das ETAR de Ponte de Moreira e de Parada, consideradas fundamentais para o tratamento adequado das águas residuais. A par desta intervenção, estão reservados 11 milhões de euros para a reabilitação da rede de drenagem do concelho, que totaliza aproximadamente 553 quilómetros de coletores.
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O documento sublinha que a reduzida taxa de reposição das infraestruturas nas últimas décadas compromete o desempenho hidráulico e ambiental do sistema. Parte significativa das estruturas, como coletores e câmaras de visita, tem mais de 30 ou 40 anos, encontrando-se em avançado estado de degradação.
Medidas complementares e resposta às alterações climáticas
Antes das intervenções estruturais, está prevista uma operação de limpeza e inspeção rigorosa à rede, bem como a continuação da eliminação de ligações indevidas. O plano inclui ainda a modernização dos sistemas de controlo, com introdução de tecnologias de monitorização em tempo real, bem como a formação técnica dos quadros e acções de sensibilização junto da comunidade.
Outra das preocupações prende-se com a resiliência do sistema face a fenómenos meteorológicos extremos. O município reconhece fragilidades na gestão de activos e alerta para a necessidade de se adaptarem às novas exigências legais da União Europeia, que poderão incluir tratamentos mais avançados, como a remoção de micropoluentes de origem farmacêutica e cosmética, através de processos como oxidação com ozono e adsorção com carvão activado.
Sistema em números
A rede de saneamento da Maia, gerida por serviços municipalizados, conta com 14 emissários, 85 estações elevatórias e três ETAR — Cambados, Ponte de Moreira e Parada. Actualmente, a cobertura da rede aproxima-se dos 100%, servindo cerca de 135 mil habitantes, com projeções de crescimento populacional até aos 175 mil em 2075.
M.S.
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