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Medo da insurgência trava acesso vital de água em Cabo Delgado

Torneira pingando
Medo da insurgência trava acesso vital de água em Cabo Delgado © Luis Tosta na Unsplash

As autoridades moçambicanas enfrentam sérias dificuldades na implementação de novos sistemas de abastecimento de água em Cabo Delgado, devido ao clima de insegurança que continua a assolar a província. Apesar da previsão de construir 13 infraestruturas este ano, apenas oito foram concluídas até ao momento.


Segundo Moisés Zacarias, diretor provincial das Obras Públicas de Cabo Delgado, a insegurança tem dificultado o acesso a várias regiões. “Sabemos da situação que a província vive, há zonas em que o acesso é limitado por causa da segurança”, afirmou o responsável, acrescentando que, nas áreas consideradas seguras, o acesso à água é satisfatório.


Empreiteiros evitam zonas de risco

Os distritos de Nangade, Macomia, Mueda, Muidumbe, Mocímboa da Praia, Palma e Quissanga encontram-se entre os mais afectados pela instabilidade, o que tem levado muitos empreiteiros a recusarem participar em concursos para obras públicas. “Há vezes em que achamos que a situação está controlada, mas depois surgem focos de ataques armados. Quando é assim, o medo cresce”, explicou Zacarias.


Este receio é alimentado por ataques recentes atribuídos ao grupo extremista Estado Islâmico, que continua ativo na região desde 2017. Na última semana, foram reivindicadas ações violentas nos distritos de Chiúre e Muidumbe, com relatos de pelo menos cinco pessoas decapitadas.


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Violência agrava crise humanitária

O aumento da violência tem provocado uma nova vaga de deslocações. Entre 20 e 25 de julho, cerca de 34.000 pessoas abandonaram as suas casas nos distritos de Chiúre, Ancuabe e Muidumbe. A maioria encontra-se agora abrigada em escolas da vila de Chiúre, onde recebe apoio de agências humanitárias e das autoridades locais.


Segundo um estudo publicado em fevereiro pelo Centro de Estudos Estratégicos de África, os ataques de grupos extremistas no norte de Moçambique causaram a morte de pelo menos 349 pessoas em 2024, o que corresponde a um crescimento de 36% em relação ao ano anterior.


A insegurança persistente em Cabo Delgado continua a comprometer não só a segurança das populações, mas também o progresso de projectos essenciais ao desenvolvimento e bem-estar da província.


M.S.


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