Mercado chinês impulsiona exportações de café do Brasil
- Monica Stahelin
- 4 de ago.
- 2 min de leitura

A abertura do mercado chinês surge como resposta à imposição de tarifas por parte dos Estados Unidos.
A China autorizou 183 exportadores brasileiros a vender café ao seu mercado interno, numa medida que entrou em vigor no dia 30 de julho e terá validade de cinco anos. Esta decisão surge num momento de tensão comercial entre o Brasil e os Estados Unidos, após o presidente norte-americano, Donald Trump, aplicar uma tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo o café.
Embora quase 700 itens tenham sido poupados da tarifa máxima por integrarem uma lista de exceções, sujeita a uma alíquota reduzida de 10%, o café e a carne ficaram de fora, sendo directamente atingidos pela medida mais severa. Em resposta, Pequim ampliou a sua abertura ao produto brasileiro, oferecendo uma alternativa viável aos produtores nacionais.
China ainda consome pouco, mas cresce rapidamente
Publicidade
Ainda que o chá continue a dominar os hábitos diários na China, o interesse pelo café tem vindo a aumentar de forma gradual. Este crescimento é favorecido pela expansão de marcas internacionais como a Starbucks, além do fortalecimento de cadeias chinesas como a Luckin Coffee, que vêm a desempenhar um papel importante na difusão do consumo entre a população urbana. Entre os anos de 2020 e 2024, as importações líquidas de café pelo país registaram um acréscimo de 13 mil toneladas.
Apesar deste avanço, o mercado chinês ainda apresenta um grande espaço para desenvolvimento. O consumo anual por pessoa é de apenas 16 chávenas, um número bastante inferior à média mundial, que ronda as 240 chávenas por habitante.
Nova oportunidade comercial para o Brasil
A China é já o maior parceiro comercial do Brasil, com destaque para as exportações de soja e minério de ferro. Ao permitir a entrada do café brasileiro, a China consolida-se como uma opção estratégica num contexto global instável e influenciado por medidas protecionistas. Esta iniciativa não só serve de alívio para os exportadores brasileiros prejudicados pelas restrições impostas pelos Estados Unidos, como também abre caminho para a diversificação das vendas externas e o fortalecimento da presença brasileira num mercado em plena evolução.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
A entrada no mercado chinês é uma jogada estratégica que pode diminuir a dependência dos EUA e dar novo fôlego aos produtores.