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Missão britânica causada por naufrágio da Primeira Guerra Mundial

Navio
Missão britânica causada por naufrágio da Primeira Guerra Mundial © Pen News

Projecto visa conter poluentes de antigo navio de guerra afundado no mar Báltico


Uma equipa britânica deu início a uma missão urgente para avaliar os riscos ambientais representados pelo naufrágio do HMS Cassandra, um navio de guerra britânico afundado no mar Báltico pouco depois do fim da Primeira Guerra Mundial. A embarcação, que transportava até 780 toneladas de combustível e outras substâncias tóxicas, encontra-se submersa nas proximidades da ilha estónia de Saaremaa e é considerada uma potencial fonte de “danos catastróficos”.


O Ministério da Defesa do Reino Unido está a coordenar a operação no âmbito do Project Tangaroa, uma campanha que pretende alertar para os perigos colocados por cerca de 8.500 naufrágios contaminantes em todo o mundo. Segundo os especialistas envolvidos, estes destroços representam uma ameaça crescente para os ecossistemas marinhos, as comunidades costeiras e a economia local.


Perigo crescente de fuga de combustível e mercúrio

Lydia Woolley, líder do Project Tangaroa, alertou para as implicações da inação: “Os naufrágios potencialmente poluentes constituem uma ameaça global grave para as comunidades costeiras e os ecossistemas marinhos. Se não forem geridos, podem destruir zonas de pesca vitais e prejudicar o turismo costeiro, com consequências devastadoras para o ambiente, a saúde pública e as economias regionais.”


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Marcus Runeson, mergulhador sueco que já explorou o local, relatou a presença visível de óleo a subir para a superfície: “Conseguíamos ver uma gota de óleo emergir a cada 15 segundos.” Além do derrame de combustível, o mergulhador destacou outro perigo ainda mais preocupante: os paravanes — dispositivos usados para detetar minas — que ainda contêm centenas de quilos de mercúrio.


Manifesto alerta para riscos ambientais e económicos irreversíveis

Com o intuito de pressionar os governos a agir, os responsáveis pelo projeto publicaram recentemente o Manifesto de Malta, onde alertam: “Entramos numa década de risco gravemente aumentado de danos catastróficos causados por fugas de óleo destes naufrágios — danos ao património natural e cultural que não poderão ser completamente remediados. As consequências para o bem-estar humano e o custo económico serão igualmente enormes.”


O HMS Cassandra junta-se, assim, à lista crescente de naufrágios históricos que, além do seu valor patrimonial, representam um legado perigoso das guerras do século XX — agora uma ameaça silenciosa que paira sob as águas.


B.N.


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