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Moçambique ajusta política monetária face a desafios internos e externos


Seta vermelha para baixo: A seta vermelha e descendente reforça a ideia de declínio
Moçambique ajusta política monetária face a desafios internos e externos © Freepik

Inflação sob controlo motiva decisão do Comité de Política Monetária.


O Banco de Moçambique anunciou esta segunda-feira, em Maputo, a descida da sua principal taxa de juro, a taxa MIMO, de 10,25 % para 9,75 %. A decisão foi tomada durante a reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), que justificou a medida com a manutenção das perspectivas de inflação em níveis controlados no médio prazo.


De acordo com o governador do Banco Central, Rogério Zandamela, a decisão assenta, essencialmente, na estabilidade da taxa de câmbio, na tendência de queda dos preços internacionais de mercadorias e na postura cautelosa da política monetária. Ainda assim, advertiu que persistem riscos e incertezas relevantes a nível interno, os quais poderão influenciar as projecções futuras.


Inflação sob controlo e crescimento moderado

Em Agosto de 2025, a inflação anual registou-se em 4,8 %, um aumento face aos 4,0 % de Julho. A inflação subjacente, que exclui frutas, vegetais e bens com preços administrados, também apresentou um ligeiro acréscimo. Ainda assim, o Banco de Moçambique prevê que a inflação se mantenha em um dígito ao longo do médio prazo, apoiada pela estabilidade do metical e pela trajectória descendente dos preços internacionais.


No que respeita à actividade económica, o Banco Central assinala uma contracção do produto interno bruto (PIB) no segundo trimestre de 2025. Excluindo o gás natural liquefeito (GNL), o PIB caiu 1,7 %, após um crescimento de 4,9 % no trimestre anterior. Incluindo o GNL, a contracção foi de 0,9 %. Apesar destes números, Zandamela antecipa uma recuperação gradual da economia, sustentada pela possível implementação de projectos em sectores estratégicos.


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Endividamento interno continua a crescer

Apesar dos sinais positivos no controlo da inflação, o panorama fiscal continua a gerar preocupação. A dívida interna do Estado, excluindo contratos de mútuo, locações e responsabilidades em atraso, atingiu os 454,4 mil milhões de meticais, cerca de 7,1 mil milhões de dólares ao câmbio actual, representando um aumento de 38,8 mil milhões em relação a Dezembro de 2024. Esta pressão crescente está a comprometer o normal funcionamento do mercado de títulos do Estado.


Zandamela alertou ainda para os riscos que podem ameaçar o controlo da inflação no médio prazo. Entre os principais factores, destacou o agravamento da situação fiscal, os choques climáticos e a morosidade na recuperação da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços.


O CPMO assegura que continuará o processo de normalização da taxa MIMO de forma gradual e moderada, ajustando o ritmo às expectativas da inflação e à evolução dos riscos que possam impactar a estabilidade económica do país.


M.S.


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