Presidente da Conafer preso em flagrante na CPMI do INSS
- Monica Stahelin
- há 7 horas
- 2 min de leitura

Senador presidente da comissão acusa depoente de mentir durante oitiva.
O presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Carlos Roberto Ferreira Lopes, foi preso em flagrante na madrugada desta terça-feira, 30 de setembro, durante o seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A prisão ocorreu após o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, acusar Lopes de mentir durante a oitiva, apesar do compromisso assumido de falar a verdade.
Segundo apurou a CNN, Lopes foi posteriormente libertado mediante o pagamento de fiança. Durante a sessão, o presidente da Conafer negou qualquer envolvimento no esquema de fraudes bilionário investigado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelado na operação de abril deste ano. No entanto, afirmou não ter conhecimento sobre detalhes das operações realizadas por pessoas e empresas associadas à entidade.
Fraudes e irregularidades em descontos do INSS
A Conafer é a entidade sob investigação que mais aumentou, em números absolutos, os descontos em aposentadorias e pensões do INSS entre 2019 e 2024, passando de 400 mil reais para 277 milhões de reais. De acordo com o relatório da Polícia Federal que deu origem à operação, aposentados e pensionistas tiveram descontos superiores aos percentuais autorizados, sugerindo a existência de cobranças indevidas e valores muito acima do permitido.
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Durante o depoimento, Lopes negou também ter realizado movimentações financeiras incompatíveis com o seu patrimônio, refutando a alegação do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que apontou uma movimentação de 1,76 milhão de reais em apenas dois meses, enquanto o seu patrimônio declarado seria de 60 mil reais.
Em relação a denúncias de descontos aplicados a aposentados já falecidos, Lopes foi confrontado sobre o envio, pela Conafer, de fichas de adesão assinadas por pessoas já mortas há anos, prática apontada como “ressurreição” para justificar descontos associativos. O presidente da entidade respondeu afirmando que, caso os beneficiários já falecidos continuem recebendo o benefício, o problema está na gestão do INSS.
M.S.
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