Moçambique aluga aviões para salvar operação da LAM
- Monica Stahelin
- há 6 dias
- 2 min de leitura

A reestruturação da companhia aérea nacional decorre com aquisição de novas aeronaves.
O governo de Moçambique confirmou esta terça-feira, em Maputo, o aluguer temporário de aeronaves para garantir a continuidade dos serviços prestados pela companhia de bandeira nacional, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), enquanto prossegue o processo de reestruturação da empresa pública.
A informação foi avançada pelo porta-voz do Conselho de Ministros, Inocêncio Impissa, no final da 27.ª sessão ordinária do órgão. Segundo o governante, a opção pelo aluguer visa colmatar a necessidade imediata de garantir a operação da LAM, num momento em que decorre o processo de aquisição de novos aviões.
“Parece ser mais rápido alugar um avião ou dois, para permitir que o processo de compra normal possa ocorrer. O plano de aquisições está em curso, enquanto se reforma a própria LAM”, afirmou Impissa, que também é ministro da Administração Estatal e Função Pública.
Participação estatal será transferida a três empresas nacionais
Na segunda metade de Fevereiro de 2025, o governo moçambicano revelou que três empresas estatais, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), irão adquirir, através de negociação directa, 91% do capital da LAM, avaliado em aproximadamente 130 milhões de dólares.
Publicidade
Os fundos obtidos com esta operação destinam-se à compra de oito novos aviões e ao reforço do processo de reestruturação da transportadora aérea nacional. Segundo Inocêncio Impissa, o Executivo mantém o seu compromisso com a modernização da LAM, considerando a renovação da frota uma meta assegurada. “O sonho de aquisição das aeronaves para as LAM vai acontecer; é, de facto, um dado adquirido”, sublinhou.
A reestruturação da empresa, iniciada há dois anos com a criação de uma comissão específica para o efeito, tem como meta estabilizar financeiramente a companhia e normalizar o funcionamento do sector da aviação no país.
Corrupção e dívidas acumuladas marcam crise na LAM
A crise financeira que afecta a LAM está associada a práticas de corrupção levadas a cabo por funcionários seniores da empresa durante processos de aquisição de serviços, o que resultou no aumento significativo da dívida da companhia. As dívidas acumuladas junto de fornecedores ultrapassam os 230 milhões de dólares.
Com o plano de reestruturação em curso e a mobilização de recursos por meio da participação de empresas estatais, o governo espera recuperar a estabilidade operacional da LAM e restituir a confiança no sector aéreo nacional.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comentários