Moçambique avalia pacto de comércio livre com os Estados Unidos
- Monica Stahelin
- há 2 dias
- 2 min de leitura

Medida visa reduzir tarifas impostas por Washington e garantir acesso competitivo ao mercado norte-americano.
O governo moçambicano está a considerar a negociação de um acordo de comércio livre com os Estados Unidos da América (EUA), como resposta às novas tarifas impostas por Washington sobre as importações oriundas de Moçambique.
A medida surge na sequência do agravamento fiscal decretado em abril pela administração do ex-Presidente Donald Trump, que estipula uma tarifa geral de 16% sobre todos os produtos moçambicanos.
Em conferência de imprensa realizada esta terça-feira (11) em Maputo, após a 20.ª sessão ordinária do Conselho de Ministros, o porta-voz do governo, Inocêncio Impissa, destacou que a renovação da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) poderá ser uma porta de entrada para discutir a viabilidade de um acordo bilateral de comércio livre.
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“O esforço que o país tem de fazer é continuar a criar espaço de diálogo com os EUA, no sentido de garantir um ambiente comercial mais estável e benéfico para ambas as partes”, sublinhou Impissa.
AGOA e alternativas em negociação
A AGOA, legislação em vigor desde 2000, permite o acesso de produtos de países da África Subsaariana ao mercado norte-americano sem a aplicação de tarifas. Moçambique é um dos países beneficiários. A renovação desta lei poderá abrir caminho para negociações mais amplas, incluindo a redução ou eliminação das novas tarifas impostas por Washington.
Perante a possibilidade de a taxa de 16% se manter, o executivo moçambicano admite diversificar os destinos comerciais. “Estamos a aproveitar a moratória de 90 dias para negociar o modelo mais favorável ao país. Caso contrário, é uma oportunidade para explorar novos mercados internacionais”, afirmou Impissa.
Outros países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) também foram atingidos pela política tarifária de Trump, com taxas ainda mais elevadas: Madagáscar (47%), Maurícias (40%), Botswana (37%), Angola (32%) e África do Sul (30%). Moçambique figura entre os mais afetados, sendo apenas superado por um pequeno grupo de países que beneficiam da tarifa de base de 10%, como Tanzânia, Eswatini e Comores.
Apesar da medida ser vista como penalizadora, o governo de Maputo mostra-se confiante numa solução diplomática que preserve os interesses económicos do país e mantenha a relação com os EUA em moldes construtivos.
M.S.
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