Moçambique com potencial para liderar setor energético em África
- Beatriz S. Nascimento
- 19 de jul.
- 2 min de leitura

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, declarou esta semana que Moçambique possui condições ímpares para se tornar o principal centro energético da África Austral. Durante a sua primeira visita oficial ao país, o líder da instituição financeira internacional garantiu apoio aos projetos em curso destinados a aumentar a capacidade de produção e distribuição de energia.
Apoio a projetos estruturantes
A visita de Ajay Banga iniciou-se com uma deslocação à Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), localizada na província de Tete, considerada uma das maiores do continente africano, com uma capacidade instalada de 2.075 megawatts. Para Banga, os ativos naturais e energéticos de Moçambique colocam o país numa posição privilegiada.
"Neste país, têm tudo para criar o tipo certo de capacidade de energia e transmissão. E, francamente, nesta parte de África, ninguém tem a capacidade para fazer o que pode ser feito com os ativos deste país", afirmou o presidente do Banco Mundial.
Entre os projetos destacados estão o reforço da central norte da HCB, com conclusão prevista até 2032, e a construção da nova barragem de Mphanda Nkuwa, com uma potência estimada de 1.500 MW, avaliada em 4,5 mil milhões de euros. A estes junta-se ainda um parque solar de 400 MW, integrando o plano de diversificação da matriz energética moçambicana.
Visão estratégica partilhada
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, reiterou a ambição de transformar Moçambique num polo regional de distribuição de energia elétrica, tirando partido de recursos como o gás natural, a energia hidroelétrica, solar e eólica.
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"Já estamos a produzir energia através do gás e temos vários projetos em curso. Queremos produzir energia não só a partir de hidroelétricas, mas também através de outras fontes renováveis", frisou Chapo, apelando ao investimento estrangeiro para consolidar a estratégia nacional.
Banga reforçou que o Banco Mundial está disponível para apoiar técnica e financeiramente os diversos projetos energéticos do país, sublinhando a importância de parcerias público-privadas. “É como uma orquestra que está a tocar uma boa música. É preciso muitos instrumentos para que a música funcione. Essa é a parceria que estamos a discutir”, afirmou.
Além do setor energético, o presidente do Banco Mundial destacou outras áreas com potencial de desenvolvimento, como o turismo, a agricultura, os recursos minerais e os corredores económicos, enfatizando a importância de capacitar os jovens moçambicanos para assegurar um futuro promissor.
Com uma localização estratégica, recursos naturais abundantes e apoio internacional crescente, Moçambique prepara-se para assumir um papel central na segurança energética da África Austral.
B.N.
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