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Moçambique reforça testagem local para conter surto de mpox no Niassa

 surto de mpox
Moçambique reforça testagem local para conter surto de mpox no Niassa © Michael Lunanga

Capacidade laboratorial alargada e resposta coordenada garantem controlo do surto


Moçambique está a reforçar a sua resposta ao atual surto de mpox, com foco na testagem local e numa rede laboratorial expandida em todas as províncias. A autoridade sanitária do país assegura que a capacidade de diagnóstico está garantida, com 4.000 testes disponíveis a nível nacional e uma resposta célere às suspeitas. Desde o início do surto no distrito de Lago, província do Niassa, foram confirmados 13 casos, todos em estado clínico estável.


Segundo Filipe Murimirgua, coordenador do Centro Operativo de Emergências em Saúde Pública (COESP), o país encontra-se “melhor organizado” do que no surto anterior de 2022, destacando a deteção precoce e a cooperação com os países vizinhos, como o Maláui, que contribuiu para o reporte inicial dos casos.


Resposta descentralizada e desafio da sensibilização comunitária

A aposta na descentralização laboratorial permite atualmente testar em todas as capitais de província, o que tem sido essencial para dar resposta ao surto de forma rápida e eficaz. Apesar disso, Murimirgua admite que a capacidade instalada “ainda é subutilizada”, e que todos os casos suspeitos continuam a ser testados com entrega atempada dos resultados.


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Embora a resposta técnica esteja assegurada, a sensibilização da população continua a ser um desafio. Em Maputo, a mais de 2.000 quilómetros do epicentro do surto, muitos cidadãos ainda desconhecem as formas de contágio e prevenção da doença. A falta de informação é evidente entre os mais idosos e a população rural, que associa os cuidados preventivos a práticas tradicionais de higiene.


Isolamento e cooperação comunitária como chaves para o controlo

O maior obstáculo à contenção da mpox, de acordo com as autoridades, é o cumprimento das medidas de isolamento por parte dos casos positivos. A maioria dos infetados apresenta sintomas ligeiros, o que leva muitos a continuarem a circular nas comunidades, apesar dos riscos de transmissão. Ainda assim, Murimirgua acredita que o país tem as condições necessárias para conter o surto, desde que haja colaboração por parte da população.


Com o apoio das lideranças locais e das comunidades, estão a ser criados espaços para isolamento domiciliário e em unidades de saúde. Paralelamente, decorrem campanhas de comunicação sobre os sintomas, riscos e formas de prevenção da doença.


A mpox, doença infetocontagiosa de origem zoonótica, tem registado 77.458 casos e 501 mortes na África Austral desde o início de 2025, segundo dados regionais. Em Moçambique, a vigilância foi intensificada após a segunda declaração de Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional pela OMS, em agosto de 2024.


B.N.


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