Médicos serão incentivados a prescrever ginásio em vez de baixas médicas
- Monica Stahelin
- 11 de jul.
- 2 min de leitura

Novo programa-piloto visa reduzir a dependência de notas de incapacidade e reforçar integração no mercado de trabalho.
O Governo britânico vai lançar um programa-piloto em 15 localidades de Inglaterra que incentiva os médicos de clínica geral a encaminharem os pacientes para ginásios, terapeutas ocupacionais e orientadores profissionais, em vez de emitirem baixas médicas.
A medida faz parte de um esforço para reformular a forma como o sistema de saúde lida com casos de incapacidade laboral, promovendo a reintegração ativa no mercado de trabalho.
Segundo o Secretário de Estado da Saúde, Wes Streeting, o país “não pode continuar a dar baixa às pessoas como solução padrão”. Em declarações ao The Times, afirmou: “Este programa marca o fim de um sistema falhado que tem prejudicado os pacientes e travado a economia durante demasiado tempo”.
Fim ao "carimbo automático" das notas de incapacidade
Actualmente, os médicos emitem cerca de 11 milhões de notas de aptidão por ano, sendo que 93% declaram simplesmente que a pessoa está “inapta para o trabalho”. Para Streeting, este processo representa um “beco sem saída burocrático” que deixa os cidadãos sem apoio prático.
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Com o novo modelo, os clínicos deixarão de gastar tempo a emitir baixas e passarão a contar com equipas especializadas — incluindo terapeutas ocupacionais, técnicos de emprego e prescritores sociais — que ajudarão os pacientes a conciliar a sua saúde com a atividade laboral.
De acordo com os detalhes divulgados, um paciente com depressão poderá ser orientado para um emprego com horários flexíveis, enquanto alguém com uma lesão física poderá ser reencaminhado para fisioterapia em vez de ser afastado do trabalho por tempo indefinido.
Alterações legislativas e impacto económico
Esta iniciativa surge após a aprovação de uma nova proposta legislativa no Parlamento britânico, que inclui cortes futuros nos apoios sociais para pessoas fora do mercado de trabalho. A nova Lei do Crédito Universal passou na terceira leitura na Câmara dos Comuns com 336 votos a favor e 242 contra.
O projeto prevê que o montante-base do crédito universal acompanhe, pelo menos, a inflação até ao ano fiscal de 2029/30. No entanto, o Governo recuou noutros aspetos controversos, nomeadamente na reforma do subsídio de independência pessoal, cuja revisão será adiada.
Entretanto, dados revelados em janeiro mostram um aumento significativo no número de pessoas que procuraram apoio para regressar ao trabalho através do programa de terapias conversacionais do NHS, o sistema nacional de saúde britânico. Cerca de 67.800 cidadãos beneficiaram de aconselhamento profissional em 2024, um crescimento de 62% face ao ano anterior.
M.S.
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