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Novas tarifas de Trump afetam gravemente negócios dos EUA

Empresário trabalhando com contas
Novas tarifas de Trump afetam gravemente negócios dos EUA © Pressfoto via Freepik

O regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trouxe consigo um conjunto de medidas comerciais que têm gerado grandes desafios para as empresas do país.


O presidente anunciou um aumento de tarifas sobre as importações, começando pelos produtos chineses e estendendo-se rapidamente a uma grande parte dos bens provenientes de diversos países. Com o término das negociações e a implementação de algumas das suas promessas, a paisagem económica norte-americana está a mudar rapidamente.


O impacto das tarifas nas pequenas e médias empresas

A medida, que já aumentou as tarifas para 10% sobre a maioria dos produtos importados para os EUA, está a provocar grandes dificuldades, especialmente entre os pequenos empresários. Jared Hendricks, proprietário da Village Lighting Company, de Utah, descreve a situação como um "pesadelo absoluto". Este empresário foi forçado a pedir um empréstimo de 1,5 milhões de dólares para cobrir o aumento inesperado dos custos, consequência direta das tarifas impostas. Hendricks, que vende principalmente artigos de Natal fabricados no sudeste asiático, já prevê que as suas mercadorias cheguem após 1 de agosto, data em que as tarifas ainda mais elevadas entrarão em vigor. “Mil milhões de dólares em tarifas e estão a celebrar isso? Tudo isso está a ser pago por pessoas como eu”, afirma, preocupado com a dificuldade de conseguir pagar os salários de seus funcionários.


As grandes empresas também sofrem

Não são apenas os pequenos negócios que estão a ser prejudicados. Empresas de grande porte, como a General Motors e a Tesla, já reportaram perdas significativas devido às novas tarifas. A GM, por exemplo, informou que pagou mais de 1 mil milhão de dólares em tarifas de abril a junho, apesar das isenções concedidas para peças de automóveis provenientes do México e do Canadá. A Tesla, por sua vez, viu seus custos aumentarem em 300 milhões de dólares. Já as fabricantes de brinquedos Hasbro e Mattel preveem perdas de dezenas de milhões de dólares este ano, tendo inclusive reduzido as suas previsões de vendas.


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Apesar das medidas protegerem algumas indústrias domésticas, como a siderurgia, os economistas alertam que o impacto global poderá ser prejudicial para o crescimento económico dos EUA. Com as margens de lucro das empresas a diminuir, o cenário apontará para uma desaceleração, já que as empresas terão de cortar investimentos ou aumentar os preços, o que pode afetar ainda mais a procura.


Uma nova era de tarifas, mas a reação do mercado ainda é mista

Embora o impacto imediato das tarifas tenha sido significativo, os mercados financeiros começaram a reagir positivamente, com os índices bolsistas a alcançar novos máximos. O otimismo dos investidores foi alimentado pela sensação de que a incerteza em torno da política comercial de Trump começou a diminuir. No entanto, analistas da Goldman Sachs estimam que as tarifas podem reduzir o crescimento económico dos EUA em até 1 ponto percentual neste ano, enquanto o economista Ernie Tedeschi, da Universidade de Yale, prevê uma queda de 0,8 pontos percentuais.


Tim Quinlan, economista sénior do Wells Fargo, alerta para o risco de subestimar os efeitos das tarifas a longo prazo, uma vez que o consumo discricionário, como viagens aéreas e serviços de táxi, já começou a diminuir. Isso pode ser um sinal de que a capacidade do consumidor para sustentar a economia está a enfraquecer, o que poderia antecipar uma desaceleração económica no futuro próximo.


Com a aproximação de 1 de agosto, a data em que as tarifas mais elevadas começarão a ser implementadas, as empresas enfrentam meses de incertezas, enquanto tentam ajustar-se às novas realidades do comércio internacional.


M.S.


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