O Último Tango de Alexander-Arnold e Robertson no Liverpool?
- Monica Stahelin
- 5 de mar.
- 4 min de leitura

Depois de sete anos a brilhar em lados opostos do campo, a famosa dupla de laterais do Liverpool – Trent Alexander-Arnold e Andy Robertson – pode estar a viver a sua última campanha na Liga dos Campeões juntos. A equipa de Jürgen Klopp defronta o PSG na próxima quarta-feira, um desafio que pode marcar o fim de uma era.
Uma Dupla Histórica na Liga dos Campeões
A última viagem do Liverpool a Paris, embora não seja recordada pelas melhores razões, trouxe uma pequena fatia de história para Alexander-Arnold e Robertson. No século XXI – e desde os tempos dourados de Paolo Maldini e Mauro Tassotti, os laterais da talvez mais famosa linha defensiva de todos os tempos – apenas duas duplas de laterais começaram três finais da Liga dos Campeões juntas. A primeira foram os espanhóis Dani Carvajal e Marcelo, do Real Madrid. A segunda são os dois defensores do Liverpool, uma união que parecia completamente improvável apenas um ano antes de enfrentarem Carvajal e Marcelo em Kyiv, em 2018. Em 2017, Robertson estava a lutar pela permanência com o Hull, enquanto Alexander-Arnold era um novato com apenas duas partidas pela Premier League.
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A ascensão de ambos foi meteórica: um ano depois, Robertson era um dos melhores jogadores do Liverpool na final da Liga dos Campeões, apesar da derrota frente ao Real Madrid. No ano seguinte, foi a vez de Alexander-Arnold protagonizar o momento que ficaria para a história, com um canto rápido que deu a vitória ao Liverpool sobre o Barcelona, levando a equipa a Madrid. Um feito que Klopp, na altura, considerou como um "momento de génio". Apesar de Klopp não ter assistido ao golo ao vivo, trocando o olhar para o banco, o lateral direito mudou o seu lugar no estádio de Anfield para ter uma vista privilegiada do canto.
O Futuro de Robertson e Alexander-Arnold
O Paris de 2022, contudo, deixou memórias amargas para a dupla. Foi lá que Vinícius Júnior, num lance em que Alexander-Arnold foi apanhado em contrapé, marcou o único golo da final. Para Alexander-Arnold, talvez a mudança para Madrid fosse uma forma de escapar a confrontos incomodativos com o brasileiro, que voltaria a ser seu algoz em 2023, quando o Liverpool foi eliminado da competição.
Agora, Paris poderá ser o cenário de um possível quarto confronto de Alexander-Arnold e Robertson numa final da Liga dos Campeões ou o fim da dupla. Existem razões para acreditar que este será o último capítulo juntos, pois ambos poderão estar a caminho de novos desafios. O futuro de Alexander-Arnold parece mais seguro, com o lateral direito do Liverpool apontado para uma eventual transferência para Madrid, onde poderá assumir a posição de Carvajal. Já o escocês Robertson vive uma situação mais incerta, com algumas dúvidas sobre a sua continuidade como titular indiscutível, ainda que o Liverpool continue a brilhar na Premier League.
Em contrapartida, as hipóteses de uma nova final europeia para o Liverpool dependem, em grande parte, do desempenho dos seus laterais. O PSG transformou-se numa equipa que gira em torno dos extremos, com jogadores como Ousmane Dembélé e Khvicha Kvaratskhelia a assumirem papéis de destaque. Dembélé, apesar de não ter marcado na vitória por 7-0 frente ao Brest, já leva seis golos nas últimas quatro partidas da Liga dos Campeões. O georgiano Kvaratskhelia, que já atormentou o Liverpool com o Napoli em 2022, pode voltar a ser um desafio, possivelmente enfrentando Robertson, no lado oposto de Alexander-Arnold.
Um Teste à Resistência Defensiva
Para ambos os laterais, este será um verdadeiro teste de resistência defensiva. Embora Alexander-Arnold tenha sido criticado por algumas exibições mais fracas, como o duelo com Diogo Dalot em Janeiro, é difícil ignorar o talento que o define, especialmente quando está em grande forma. Robertson, por sua vez, foi sempre mais do que um lateral ofensivo. A sua excelência defensiva, que o levou a ser considerado um dos melhores laterais esquerdos do mundo, faz dele uma peça fundamental nas partidas mais exigentes.
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Em última análise, a importância dos laterais na história do Liverpool na Liga dos Campeões é inegável. Jogadores como Phil Neal, Alan Kennedy e, mais recentemente, Alexander-Arnold e Robertson, foram fundamentais para as vitórias da equipa. No entanto, o futebol de eliminatórias e as incertezas sobre o futuro de cada um destes jogadores fazem com que esta possa ser a última vez que a dupla estará junta numa campanha europeia.
Com a época a avançar, resta saber se o Liverpool será capaz de alcançar a sua quarta final da Liga dos Campeões em oito anos, e se Alexander-Arnold e Robertson, no último tango europeu, conseguirão deixar a sua marca numa nova história do clube.
M.S.
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