Ondas gigantes atingem Pacífico após Terramoto histórico na Rússia
- Monica Stahelin
- 30 de jul.
- 3 min de leitura

Um sismo de magnitude 8,8, com epicentro ao largo da Península de Kamchatka, no Extremo Oriente russo, abalou fortemente a região na madrugada de quarta-feira, provocando um tsunami com ondas superiores a 5 metros e obrigando à emissão de alertas e ordens de evacuação em vários países banhados pelo Pacífico, incluindo o Havai e o Japão.
O abalo, considerado o mais intenso na região desde 1952, teve origem a uma profundidade de apenas 19,3 quilómetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), e foi seguido por uma série de réplicas, a mais forte das quais registou magnitude 6,9. O tremor causou danos em edifícios e levou várias pessoas a procurar assistência médica na Rússia, mas não há registo de vítimas mortais.
Kamchatka e Severo-Kurilsk entre as zonas mais afectadas
Na cidade de Petropavlovsk-Kamchatsky, com cerca de 165 mil habitantes, os residentes relataram uma duração prolongada da agitação sísmica. “Parecia que as paredes iam ruir”, contou Yaroslav, de 25 anos, que decidiu abandonar o edifício onde se encontrava. O governador regional, Vladimir Solodov, classificou o evento como “o mais sério em décadas”.
Na localidade costeira de Severo-Kurilsk, as ondas provocaram inundações parciais no porto e numa unidade de processamento de peixe, além de terem arrastado embarcações. O presidente da câmara confirmou a passagem de quatro ondas e alertou os habitantes para os riscos de fugas de gás nas habitações.
A região de Sakhalin também foi afectada, com cortes de energia devido a danos na rede eléctrica. As autoridades estão a proceder à avaliação de infra-estruturas e a recomendar precauções adicionais.
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Tsunami atinge o Havai e gera alerta global
Do outro lado do Pacífico, o arquipélago do Havai foi rapidamente colocado em alerta. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico confirmou a chegada de ondas de até 1,7 metros às ilhas, e as autoridades locais activaram planos de emergência, pedindo aos residentes em zonas costeiras que procurassem terrenos elevados ou edifícios com pelo menos quatro andares. Todos os voos em e para Maui foram cancelados.
“Tomem medidas! Esperam-se ondas de tsunami destrutivas”, avisou o Departamento de Gestão de Emergência de Honolulu. A Guarda Costeira dos Estados Unidos ordenou a saída de navios dos portos, como medida de precaução.
No Japão, foram emitidas ordens de evacuação em várias áreas costeiras, com especial atenção à central nuclear de Fukushima, cujas instalações foram evacuadas por precaução. Três ondas já foram registadas na costa nipónica, a maior com 1,3 metros, e uma mulher morreu na província de Mie ao cair de uma ravina durante a fuga.
Outros países do Pacífico, incluindo o Chile, o Equador e as Ilhas Salomão, foram alertados para possíveis ondas entre 1 a 3 metros, com o Sistema de Alerta de Tsunami dos EUA a classificar a ameaça como “perigosa”.
Uma ameaça recorrente na zona do Anel de Fogo
Kamchatka está situada no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma zona de intensa actividade tectónica. Danila Chebrov, director do Serviço Geofísico da região, explicou que, apesar da elevada magnitude, a intensidade do tremor sentida à superfície foi atenuada por certas características do epicentro. Ainda assim, as réplicas continuam a ser registadas e as autoridades mantêm-se em alerta.
A gravidade do evento relembra a vulnerabilidade dos países do Pacífico a fenómenos naturais de grande escala, sendo a prevenção e os sistemas de alerta fundamentais para mitigar os impactos humanos e materiais. As operações de avaliação e resposta prosseguem em diversas regiões, com as autoridades a apelarem à prudência e colaboração das populações afectadas.
M.S.
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