Países Africanos Firmam Acordo de Luanda para Promover Diamantes Naturais
- Monica Stahelin
- 19 de jun.
- 2 min de leitura

Cinco países africanos produtores de diamantes assinaram esta quarta-feira, em Luanda, um compromisso histórico para a defesa e valorização dos diamantes naturais. O “Acordo de Luanda”, como foi designado, reúne Angola, África do Sul, Botsuana, Namíbia e a República Democrática do Congo numa iniciativa conjunta que visa reforçar a presença dos diamantes africanos no mercado global e fazer frente à crescente concorrência dos diamantes sintéticos.
Segundo o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, cada país signatário compromete-se a alocar 1% das receitas anuais provenientes da venda de diamantes brutos para financiar uma campanha internacional de marketing setorial, liderada pelo Natural Diamond Council.
Investimento Estratégico e Afirmativo
Durante a “Mesa Redonda Ministerial sobre Diamantes Naturais: Desafios e Oportunidades”, realizada em Luanda, o governante angolano sublinhou que este acordo não se limita a uma acção promocional. Trata-se, disse, de “um investimento estratégico no futuro da indústria” e “um compromisso moral para com as populações que dependem da sua sustentabilidade”.
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A nova campanha será orientada por princípios de governação inclusiva, com resultados mensuráveis e pautada pela transparência e cooperação entre os diversos intervenientes da indústria. O objetivo é consolidar o papel dos diamantes naturais africanos como agentes de desenvolvimento económico e social nos países produtores.
Diamantino Azevedo salientou também que os resultados reais do acordo estarão condicionados às medidas efetivas que forem implementadas daqui em diante, incentivando o envolvimento ativo de todas as partes interessadas. “Nenhuma contribuição é pequena demais, nenhuma voz será ignorada”, afirmou.
Resposta Estratégica à Concorrência dos Diamantes Sintéticos
Um dos pontos centrais do encontro foi a crescente ameaça representada pelos diamantes produzidos em laboratório, que têm vindo a ganhar terreno em mercados estratégicos como os Estados Unidos e a China. O Acordo de Luanda surge, assim, como uma resposta coordenada dos países africanos à necessidade de proteger e valorizar a autenticidade dos seus recursos naturais.
Os países signatários reconhecem que os diamantes naturais têm um valor que ultrapassa o económico, assumindo também uma dimensão cultural e social. O acordo representa uma afirmação coletiva de confiança no papel transformador da indústria diamantífera para as comunidades africanas.
Com este novo compromisso, África dá um passo firme na construção de uma narrativa comum em torno dos seus recursos, apostando numa abordagem que alia sustentabilidade, responsabilidade social e competitividade global.
M.S.
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