Putin reforça laços com a China durante assinatura de novo acordo energético
- Monica Stahelin
- há 7 horas
- 2 min de leitura

O Gasoduto Power of Siberia-2 poderá compensar as perdas da Rússia no mercado europeu.
O presidente russo, Vladimir Putin, enalteceu esta terça-feira, em Pequim, a relação entre a Rússia e a China, considerando-a como estando num “nível sem precedentes”. A declaração foi feita no contexto da assinatura de um acordo estratégico para a construção de um novo gasoduto que irá ligar o território russo ao norte da China, passando pela Mongólia.
A empresa estatal russa Gazprom anunciou a assinatura de um acordo legalmente vinculativo para viabilizar a construção do gasoduto Power of Siberia-2, um empreendimento há muito desejado por Moscovo. A infraestrutura deverá permitir o fornecimento de até 50 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, provenientes do oeste da Rússia. O contrato terá a duração de 30 anos e, segundo o CEO da Gazprom, Aleksey Miller, o preço do gás será inferior ao praticado no mercado europeu.
Alinhamento estratégico sino-russo reafirmado em Pequim
A assinatura do acordo ocorreu após uma reunião tripartida entre Putin, o presidente chinês Xi Jinping e o homólogo mongol Ukhnaagiin Khurelsukh. Posteriormente, Putin e Xi mantiveram um encontro bilateral no Grande Salão do Povo, marcando a primeira conversa formal entre ambos desde a chegada do líder russo à China no domingo.
Publicidade
Durante o encontro, Putin evocou os laços históricos entre os dois países, estabelecidos durante a Segunda Guerra Mundial, sublinhando a continuidade da aliança estratégica na atualidade. “Sempre estivemos juntos naquela época e continuamos juntos agora”, afirmou. Xi Jinping, por sua vez, referiu que as relações sino-russas “resistiram ao teste das mudanças nas circunstâncias internacionais” e classificou Putin como um “velho amigo”.
A cimeira de segurança de dois dias realizada em Tianjin, concluída na véspera, já tinha dado sinais da forte sintonia entre os dois líderes. Durante um jantar oficial, foram vistos em conversas animadas e demonstraram grande proximidade política.
A visita prolongada de Putin à China, a mais longa desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em 2022, inclui ainda a participação num desfile militar em Pequim, esta quarta-feira, ao lado de líderes como Kim Jong-un. A presença do presidente russo surge num momento em que ignora as pressões ocidentais para o fim da guerra e reforça a aliança com países que desafiam a ordem internacional liderada pelos Estados Unidos.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comentários