Reocupação total de Gaza é aposta de Netanyahu, avançam meios israelitas
- Monica Stahelin
- há 6 dias
- 2 min de leitura

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prepara-se para propor a reocupação completa da Faixa de Gaza numa reunião do seu gabinete de segurança, noticiam meios de comunicação israelitas.
Um responsável sénior citado pela imprensa local afirmou que “o dado está lançado” e que o objetivo é “a conquista total da Faixa de Gaza e a derrota do Hamas”.
Apesar de relatos de oposição por parte do chefe do exército e de outros líderes militares, o mesmo responsável declarou que, caso não concordem, “devem apresentar a sua demissão”.
Reações internas e internacionais frente a uma nova ocupação
Familiares dos reféns manifestam receios de que a proposta possa pôr em risco os seus entes queridos, uma vez que 20 dos 50 reféns são tidos como vivos em Gaza. Inquéritos indicam que três em cada quatro israelitas preferem um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns. Aliados próximos de Israel também criticam a medida, defendendo o fim do conflito e a resolução da crise humanitária que se agrava.
No interior de Israel, centenas de antigos responsáveis de segurança, incluindo ex-chefes de serviços de inteligência, enviaram uma carta conjunta ao então presidente norte-americano Donald Trump, apelando à pressão sobre Netanyahu para acabar com a guerra. De acordo com a BBC, Ami Ayalon, antigo responsável da agência de inteligência interna, afirmou que mais operações militares seriam inúteis, referindo que, embora militarmente o Hamas esteja destruído, a sua ideologia ganha força no mundo árabe e islâmico. A solução, segundo ele, passa por oferecer “um futuro melhor”.
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Contexto do conflito e perspectivas
A proposta surge após a falha nas negociações indiretas com o Hamas para cessar-fogo e troca de reféns, e depois da divulgação de vídeos de reféns israelitas em condições visivelmente debilitadas. Israel controla operacionalmente 75% do território de Gaza, mas a nova estratégia prevê ocupar toda a região, onde vivem mais de dois milhões de palestinianos. A situação humanitária é grave, com 90% da população deslocada e condições de vida precárias, e grupos internacionais alertam para o bloqueio da ajuda humanitária.
Autoridades da Autoridade Palestiniana criticaram a proposta, apelando à intervenção internacional para evitar uma nova ocupação. Enquanto isso, ministros israelitas de extrema-direita defendem a ocupação total e a eventual anexação da Faixa, com a instalação de novos assentamentos judaicos. Desde 2005, Israel retirou os seus colonos e forças militares de Gaza, mas mantém controlo rigoroso sobre acessos à região.
O conflito remonta ao ataque do Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e levou à captura de 251 reféns. Desde então, as hostilidades provocaram mais de 61 mil mortos palestinianos, segundo o ministério da saúde de Gaza.
M.S.
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