Segunda residência taxada em dobro: solução ou arrecadação?
- Monica Stahelin
- 24 de mar.
- 2 min de leitura

A partir de abril, cerca de 75% dos conselhos de Inglaterra introduzirão uma nova taxa discricionária, que dobrará o imposto sobre propriedades classificadas como segundas residências. A medida, que segue o exemplo de Gales, está a gerar um debate acirrado, com grupos de ativistas a criticarem a medida, considerando-a uma "cobrança descarada", enquanto outros a veem como uma tentativa legítima de enfrentar a crise habitacional.
Imposto dobrado: medida eficaz ou apenas mais arrecadação?
O novo imposto será aplicado em diversas regiões, incluindo destinos turísticos como Cornwall, Torbay, Norfolk e Somerset, além de zonas urbanas como Rochdale e Londres. De acordo com os dados da Sky News, a implementação da nova taxa poderá gerar cerca de 445 milhões de libras em receitas adicionais. Contudo, críticos afirmam que a medida pode ser injusta e não suficiente para resolver o problema da escassez de habitação. Elliot Keck, da TaxPayers' Alliance, aponta que a cobrança extra não faz sentido, visto que os proprietários de segundas residências não utilizam tantos serviços locais quanto os moradores permanentes.
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Impacto limitado: medida não resolve crise da habitação
Cath Hayes, ativista de Cornwall e cofundadora do movimento "First Not Second Homes", acredita que a medida não vai ser eficaz.
"Dobrar o imposto não é suficiente, precisa ser mais do que isso. Se alguém pode pagar duas casas, a cobrança extra não será um impedimento", argumenta Hayes, que luta contra a proliferação de segundas residências na região.
Jenna Jones, residente local, compartilha uma visão semelhante e lamenta que a medida não vá aliviar a falta de opções de habitação. Ela e a sua família pagam um aluguel elevado, mas a compra de casa está fora do seu alcance.
Segundas residências: imposto irrelevante para muitos proprietários
Muitos residentes locais duvidam que a nova taxa realmente tenha impacto na disponibilidade de imóveis para a população local. Para muitos proprietários de segundas residências, o imposto extra será insignificante, representando apenas uma pequena fração dos custos já elevados das propriedades. De acordo com o Ministério da Habitação, as autoridades locais terão a opção de aplicar até 100% a mais no imposto das segundas residências, com o objetivo de gerar mais receita para mitigar os efeitos negativos na comunidade local e ajudar a resolver os problemas habitacionais. No entanto, especialistas afirmam que, por si só, a medida não será uma solução definitiva para a crise da habitação no país.
A discussão continua acesa, com uma população dividida sobre se essa abordagem é realmente uma ação para resolver os problemas de longo prazo ou apenas uma estratégia para gerar mais receita a curto prazo.
M.S.
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