Sonda soviética perdida há 50 anos cai de volta à Terra
- Beatriz S. Nascimento
- 10 de mai.
- 2 min de leitura

Uma cápsula soviética lançada em 1972 com destino a Vénus reentrou na atmosfera terrestre de forma descontrolada, após mais de meio século em órbita.
A Kosmos 482, parte de uma missão da antiga União Soviética destinada ao planeta Vénus, caiu de volta à Terra neste sábado, segundo a agência europeia de vigilância espacial (EUSST). A cápsula, desenhada para resistir às condições extremas do planeta mais quente do sistema solar, manteve-se em órbita terrestre desde o lançamento, devido a uma falha no estágio superior do foguetão que impediu a sua trajetória interplanetária.
Com cerca de 500 quilos e uma estrutura em titânio projetada para suportar a densa atmosfera venusiana, o módulo de descida foi o último fragmento da missão a permanecer no espaço após a reentrada da estrutura principal em 1981.
Reentrada seguiu-se a décadas de rastreamento
O regresso da cápsula à Terra foi seguido por agências internacionais, incluindo o gabinete de detritos espaciais da Agência Espacial Europeia. A ausência do sinal do satélite sobre uma estação de radar alemã confirmou a sua descida.
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Embora a localização exata do impacto permaneça desconhecida, os especialistas consideram improvável que partes significativas da estrutura tenham sobrevivido ao calor extremo da reentrada. No entanto, dada a sua construção reforçada, alguns fragmentos podem ter atingido o solo.
Marco Langbroek, investigador na Universidade Técnica de Delft, nos Países Baixos, antecipou o evento e afirmou que o risco para a população era baixo, mas não nulo — semelhante ao de um pequeno meteorito. Estimou ainda que, caso o módulo não se tivesse desintegrado, o impacto teria ocorrido a velocidades entre os 65 e os 70 metros por segundo.
O crescente desafio do lixo espacial
O caso da Kosmos 482 levanta preocupações renovadas sobre o crescente volume de detritos espaciais. Estima-se que atualmente existam mais de 35 mil objetos com mais de 10 centímetros a orbitar o planeta, juntamente com cerca de 10 mil satélites ativos.
Apesar da raridade de reentradas perigosas, a monitorização contínua destes objetos é fundamental para garantir a segurança de operações espaciais e minimizar riscos para a vida na Terra.
B.N.
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