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Suspensão da pesca do carapau revolta pescadores em Angola

Praia junto ao mercado de peixe, em Samba, Luanda.
Suspensão da pesca do carapau revolta pescadores em Angola © AFP/John Wessels

Pescadores denunciam favorecimento a determinadas embarcações e exigem esclarecimentos ao Governo.


Reprodução da espécie motiva medida governamental

O Governo angolano decretou a suspensão da pesca do carapau entre 1 de julho e 31 de agosto, justificando a decisão com a necessidade de proteger a reprodução da espécie. A medida, no entanto, está a ser contestada por associações e profissionais do setor, que alegam falta de alternativas para os trabalhadores da pesca e possíveis favorecimentos a operadores específicos.


A decisão foi recebida com críticas por parte de pescadores artesanais e industriais, que afirmam estar a ser prejudicados em detrimento de embarcações com alegado apoio governamental. A Associação da Pesca Artesanal e Industrial de Luanda (APASIL) exige esclarecimentos do Ministério das Pescas e Recursos Marinhos, face a suspeitas de tratamento desigual no cumprimento do decreto.


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Pescadores sem alternativas e sem apoio

Pescadores como Ndelo Domingos e Manuel Vieira manifestaram à RFI o seu desagrado, sublinhando a inexistência de alternativas durante o período de interdição. “Quando o governo põe o carapau em paragem, tem que procurar outra espécie que se possa pescar. Não temos assistência do governo, dependemos do nosso esforço”, lamentaram.


Johnny Gama, vice-presidente da APASIL, reconhece a importância da medida para a sustentabilidade da espécie, mas questiona a forma como está a ser implementada. “Não entendemos porque é que uma comunicação de imprensa vem contradizer um decreto presidencial, autorizando que os cerqueiros continuem a pescar. Já fizemos chegar a nossa insatisfação à ministra, que prometeu que seríamos recebidos pelos directores nacionais”, afirmou.


Autoridades alertam para sanções

Apesar da contestação, o diretor Nacional de Recursos Marinhos, Victor Xilamba, reforça que a proibição será rigorosamente aplicada. “Quem violar a interdição poderá perder a licença e estará sujeito a multas, consoante a gravidade da infração”, alertou, acrescentando que os desembarques serão alvo de fiscalização apertada.


O carapau representa actualmente mais de 20% do volume total de pescado desembarcado no país, sendo uma das principais espécies destinadas ao processamento e congelação ao longo da costa angolana.


M.S.


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