Tempestade Martinho Deixa Feridos e Desalojados em Portugal
- Monica Stahelin
- 21 de mar.
- 3 min de leitura

A passagem da tempestade Martinho por Portugal continental na madrugada de quinta-feira deixou um rastro de destruição, com seis feridos, 15 pessoas desalojadas, árvores caídas, telhados arrancados e danos em propriedades e infraestruturas. O mau tempo, que chegou com a chegada da primavera, só deverá abrandar no final da semana. Nos próximos dias, a situação deve melhorar no Sul, mas o Norte poderá experienciar condições ainda mais adversas, com chuvas e ventos fortes, estando vários distritos sob aviso amarelo.
Destruição em Vários Municípios
A Proteção Civil registou cerca de 7000 ocorrências em todo o território devido à chuva e aos ventos fortes, com maior intensidade no Sul e na zona da Grande Lisboa. Entre os feridos, destaca-se o caso de uma mulher de 30 anos que foi atingida por uma árvore enquanto caminhava na Lagoa Azul, em Sintra, e que se encontra internada com prognóstico reservado.
Em Tires, o vento forte fez virar aeronaves no Aeródromo Municipal de Cascais, e o impacto da tempestade também levou ao fechamento de várias escolas, como aconteceu no concelho de Pombal, em Leiria, onde quatro estabelecimentos ficaram sem eletricidade.
Publicidade
A situação provocou, ainda, a obstrução de vias públicas e afetou o serviço de comboios, particularmente na Linha de Cascais, onde um maquinista ficou ferido após um comboio embater numa árvore caída em Paço de Arcos.
Desalojados e Danos Materializados
Em diversas regiões, dezenas de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas devido ao risco de queda de árvores ou danos nas estruturas. Em Palmela, o mau tempo obrigou moradores a deixar o parque de campismo no Pinhal Novo, enquanto em Lourinhã, o bairro social de Miragaia ficou parcialmente destruído, com telhados arrancados e sistemas de aquecimento danificados, deixando 13 pessoas desalojadas. Muitos moradores expressaram o receio de que a estrutura das habitações, feitas com "painéis sandwich", fosse inadequada, aumentando a vulnerabilidade em situações de tempestade.
Lourosa e Vila do Conde Também Afetados
Em Lourosa, no concelho de Santa Maria da Feira, a tempestade destruiu cerca de 30 campas e jazigos no cemitério local, após o vento ter derrubado um muro do estádio do Lusitânia de Lourosa, que causou ainda grandes danos na infraestrutura. O presidente da junta de freguesia, Armando Teixeira, afirmou que a situação gerou prejuízos elevados e está a ser tratada com urgência.
Vila do Conde também registou danos significativos, com o vento a destruir grande parte da cobertura da bancada central do Estádio do Rio Ave F.C. O clube está agora a avaliar os danos, que podem afetar a capacidade do estádio de receber jogos, incluindo a partida com o Boavista, marcada para 7 de abril.
De acordo com um relatório da Organização Mundial da Meteorologia (OMM), mais de 800 mil pessoas em todo o mundo ficaram desalojadas devido a catástrofes naturais em 2024, um número recorde desde 2008. O relatório aponta que o ano passado foi marcado por cerca de 150 tempestades, entre ciclones, incêndios e inundações, demonstrando a crescente intensidade e frequência de eventos climáticos extremos.
Danos em Outras Regiões de Portugal
Além das áreas mais afetadas, outras regiões do país também registaram danos. No Algarve, a Proteção Civil contou 166 ocorrências, com destaque para o aluimento do telheiro de um supermercado em Lagos. Em Aveiro, a janela do altar da Igreja da Misericórdia foi arrancada pelo vento, causando danos que podem ultrapassar os 10 mil euros. No Alentejo, as culturas e estufas também sofreram com os ventos fortes e chuvas intensas.
Com os danos materiais elevados e a situação a piorar em algumas zonas, as autoridades continuam a trabalhar para mitigar os efeitos da tempestade, ao mesmo tempo que apelam à população para se manter alerta e seguir as recomendações de segurança.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments