Tensões entre Tailândia e Camboja ameaçam escalar para guerra
- Monica Stahelin
- 25 de jul.
- 2 min de leitura

As recentes confrontações entre a Tailândia e o Camboja, que já provocaram pelo menos 16 mortos e milhares de deslocados nos dois países, estão a evoluir para um cenário de conflito armado mais grave. O primeiro-ministro interino tailandês, Phumtham Wechayachai, alertou que as hostilidades podem "mover-se em direção à guerra".
A violência, que se estende agora por 12 pontos ao longo da fronteira, envolve armas pesadas e intensificou o receio de um conflito maior. A Tailândia acusou o Camboja de disparar sobre zonas civis, tendo procedido à evacuação de todas as aldeias situadas no raio de alcance dos foguetes cambojanos.
Acusações mútuas e apelos internacionais
Do lado cambojano, há acusações contra a Tailândia por uso de munições cluster, armamento proibido em muitas partes do mundo devido ao seu efeito indiscriminado sobre civis. As autoridades tailandesas ainda não responderam a estas alegações.
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Enquanto isso, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia afirmou que não vê necessidade de mediação de terceiros, apesar dos apelos internacionais para um cessar-fogo imediato. O primeiro-ministro da Malásia e presidente da ASEAN, Anwar Ibrahim, ofereceu-se para mediar conversações, elogiando a disponibilidade de Bangkok e Phnom Penh para negociar, mas a Tailândia insiste numa resolução bilateral do conflito.
Os confrontos já causaram a morte de 14 civis e um soldado tailandês, enquanto no Camboja pelo menos um civil foi também vítima da violência. A comunidade internacional, incluindo Estados Unidos, China, Austrália, União Europeia e França, tem apelado à cessação imediata das hostilidades e à proteção das populações civis.
A tensão atual tem raízes antigas, remontando à demarcação das fronteiras após a ocupação francesa do Camboja, com episódios esporádicos de violência ao longo do último século. O conflito agravou-se em maio após a morte de um soldado cambojano, mergulhando as relações bilaterais no seu ponto mais baixo em mais de uma década.
M.S.
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