Ucranianos em Portugal constroem drones para a guerra
- Beatriz S. Nascimento
- há 23 horas
- 2 min de leitura

Rede de solidariedade opera discretamente nos arredores de Lisboa, com apoio de voluntários portugueses
Um grupo de ucranianos residentes em Portugal está a construir drones de forma clandestina para apoiar as forças da resistência na Ucrânia. A operação, conhecida como DroneAid Lisbon, decorre em locais mantidos em sigilo e conta com a colaboração de cidadãos portugueses, que se juntam ao esforço para montar e testar drones do tipo FPV, usados na linha da frente do conflito com a Rússia.
A localização da iniciativa muda a cada edição e só é divulgada por mensagem privada, no máximo um dia antes. Esta medida de segurança visa evitar possíveis retaliações ou interferências, uma vez que membros da comunidade russa em Portugal já identificaram os rostos de alguns participantes e partilharam conteúdos ameaçadores nas redes sociais, incluindo sugestões de ataques aos locais onde decorrem os encontros.
Uma oficina secreta com destino à linha da frente
Num dos encontros recentes, realizado numa sala discreta nos arredores de Lisboa, cerca de duas dezenas de voluntários — maioritariamente ucranianos, mas também portugueses — participaram na montagem de drones de alta performance. As mesas estavam preparadas com componentes eletrónicos e ferramentas de precisão, com o objetivo de transformar peças soltas em drones FPV de 25 centímetros, capazes de atingir 200 quilómetros por hora e operar durante até 20 minutos em missão.
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As oito aeronaves construídas neste dia seguirão para duas unidades militares ucranianas: seis serão enviadas para a região de Sumy, ao serviço do 66.º Batalhão de Defesa Territorial, e duas para o 138.º Batalhão, destacado no eixo de Mariupol, na região de Donetsk. O uso operacional dos drones — seja para reconhecimento, entrega de suprimentos ou ações ofensivas — ficará a cargo dos comandantes no terreno.
Uma resposta civil à escala de um conflito global
Andrii, um dos coordenadores do projeto e profissional da área tecnológica, sublinha a dimensão da necessidade atual. "O volume de drones que a Ucrânia precisa é de loucos", afirma, reforçando que cabe aos militares definir a melhor forma de utilização. Para este grupo de voluntários, a prioridade é garantir que os equipamentos chegam em segurança à frente de combate.
A iniciativa representa não só um gesto de solidariedade da diáspora ucraniana em Portugal, mas também uma resposta direta e prática ao esforço de guerra. Apesar das ameaças e do risco associado, os organizadores garantem que vão continuar, conscientes da importância de cada drone enviado para a Ucrânia.
B.N.
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