CEDEAO Retorna à Guiné-Bissau para Mediar Crise Política e Eleições
- Beatriz S. Nascimento
- 22 de fev.
- 2 min de leitura

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) volta à Guiné-Bissau neste domingo, 25 de fevereiro, com o objetivo de mediar a grave crise política que afeta o país, centrada principalmente na marcação das eleições presidenciais. A visita da delegação da organização ocorre em um momento crítico, já que o atual Presidente, Umaro Sissoco Embaló, está prestes a completar os cinco anos de seu mandato sem a realização do pleito, o que tem gerado uma crescente tensão política.
Crise de Mandato e Desafios Eleitorais
Este impasse político não é uma novidade para o país. Em 2019, a Guiné-Bissau viveu uma crise semelhante com o Presidente anterior, José Mário Vaz, que completou seu mandato sem a marcação de eleições presidenciais. O problema se repete com o atual governante, Umaro Sissoco Embaló, que, ao contrário da oposição, considera que o seu mandato se encerra apenas em setembro, após uma decisão judicial relacionada com os resultados das presidenciais de 2019.
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A oposição, por sua vez, argumenta que o mandato presidencial de Sissoco Embaló termina no dia 27 de fevereiro e defende que as eleições presidenciais devem ocorrer antes dessa data, para que o novo presidente tome posse sem interrupções. Este impasse tem causado incerteza política e, ao mesmo tempo, agravado a crise institucional no país. Enquanto isso, o governo guineense anunciou recentemente que propõe a realização das eleições gerais dentro do período previsto pela lei eleitoral, entre 23 de outubro e 25 de novembro de 2024. No entanto, as eleições legislativas, que deveriam ter ocorrido antes, já foram adiadas devido à alegada falta de condições técnicas.
Ação da CEDEAO e Expectativas
Diante dessa situação de bloqueio institucional e político, a CEDEAO, que tem mediado as crises políticas na Guiné-Bissau ao longo dos anos, decidiu enviar uma nova missão ao país. A delegação, composta pelo embaixador Bagudu Hirse, antigo ministro de Estado e Negócios Estrangeiros da Nigéria, e mais sete altos responsáveis da organização, permanecerá na Guiné-Bissau até sexta-feira, 2 de março. Durante sua visita, a delegação se reunirá com representantes políticos, membros da sociedade civil e outras entidades do país, com o intuito de encontrar uma solução para a crise atual e garantir as condições necessárias para a realização das eleições.
A CEDEAO tem, desde 2019, tentado mediar a instabilidade política na Guiné-Bissau, que inclui questões sobre o funcionamento do Parlamento e a formação de governos paralelos. A expectativa é de que, desta vez, a visita da delegação da organização consiga promover um entendimento entre as partes envolvidas, assegurando o processo eleitoral em um ambiente mais estável e com respeito à constituição do país.
B.N.
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