China pode forçar venda de casinos de EUA em Macau
- Beatriz S. Nascimento
- 13 de abr.
- 2 min de leitura
A crescente tensão entre a China e os Estados Unidos poderá ter um impacto significativo nas operações de jogo em Macau, com a possibilidade de as autoridades chinesas virem a obrigar as operadoras norte-americanas a vender os seus casinos. A situação, que surge no contexto de um atrito mais amplo, envolve questões relacionadas com a plataforma TikTok e com os portos operados pelo grupo de Hong Kong CK Hutchison no Panamá.
Retaliação de Pequim
Ben Lee, fundador da consultora de jogo IGamix, manifestou em entrevista à agência Lusa o receio de que as recentes divergências entre os dois países resultem numa retaliação por parte da China, afetando diretamente as companhias norte-americanas com operações em Macau. "Se a China adotar a mesma estratégia de retaliação que tem vindo a empregar, a possibilidade de as companhias de jogo dos EUA serem forçadas a vender as operações em Macau a empresários chineses sobe alguns níveis", afirmou Lee.
O analista sublinhou que, após ameaças de Washington de retirar as ações chinesas das bolsas norte-americanas, "tudo está em cima da mesa". A inquietação surge em parte devido às declarações de Scott Bessent, ex-estratega de investimentos, que, em entrevista à Fox Business, não descartou a possibilidade de as empresas chinesas serem forçadas a deixar as bolsas dos EUA, uma decisão que, segundo Bessent, dependeria do presidente norte-americano, Donald Trump.
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O impacto nas operadoras norte-americanas
Macau, considerado a capital mundial do jogo, é o único local na China onde o jogo em casinos é legal. O território alberga seis concessionárias de jogos, incluindo três operadoras norte-americanas: Las Vegas Sands, MGM Resorts e Wynn Resorts. Os contratos dessas empresas entraram em vigor em 2023, mas agora correm o risco de ser afetados por possíveis mudanças nas relações entre os dois países.
Este cenário reflete a crescente tensão geopolítica entre as duas maiores economias do mundo, com repercussões significativas para o setor de jogos em Macau, que continua a ser um dos principais motores da economia da região.
B.N.
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