Escândalo sexual abala clube de remo de elite britânico
- Monica Stahelin
- 6 de jun.
- 2 min de leitura

O Leander Club, considerado o clube de remo mais prestigiado do Reino Unido, está a ser abalado por graves acusações de violação e assédio sexual, supostamente encobertas ao longo dos últimos cinco anos. Pelo menos três remadores do sexo masculino terão sido acusados de violar colegas atletas do sexo feminino nas instalações do clube em Henley-on-Thames, Oxfordshire.
Fundado em 1908, o Leander Club orgulha-se de ser uma referência mundial na modalidade, tendo contribuído com mais de metade dos atletas da equipa britânica de remo para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Entre os seus membros históricos destaca-se Sir Steve Redgrave, cinco vezes campeão olímpico. No entanto, a reputação do clube encontra-se agora em causa, após revelações preocupantes sobre a forma como lidou com denúncias internas de violência sexual e condutas impróprias.
Processos negligenciados e alegações ignoradas
De acordo com o Daily Telegraph, uma das vítimas alegou ter sido violada por um colega de equipa, mas acabou por desistir da queixa junto das autoridades por considerar o processo traumático. Apesar de haver testemunhas dispostas a colaborar, a direção do clube não as terá ouvido antes de encerrar o inquérito interno. Em outro caso, um remador expulso por assédio foi readmitido após recurso, vindo a ser posteriormente acusado de violação por outra atleta. O visado nega qualquer irregularidade.
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Um terceiro homem terá sido alvo de uma queixa semelhante, e a vítima foi forçada a frequentar um campo de treinos de duas semanas na presença do alegado agressor. Estas situações geraram um forte sentimento de insegurança entre as atletas femininas, que acusam a direção do clube de ter ignorado sistematicamente os seus apelos e de manter uma cultura de misoginia e elitismo.
Críticas internas e resposta oficial do clube
Diversos membros do clube, incluindo atletas do sexo masculino, manifestaram apoio às vítimas e criticaram a gestão. “Não nos sentíamos seguras. Nem queríamos partilhar o ginásio com homens. Era impensável representar o mesmo clube que pessoas acusadas de tais actos”, declarou uma atleta ao ITV News. Outra afirmou: “Se fores talentoso, és protegido. Falharam-nos, precisamente aqueles que deviam proteger-nos.”
Perante a crescente pressão pública, o clube emitiu um comunicado afirmando que leva “muito a sério todas as questões relacionadas com a proteção dos atletas”. O presidente, Pete Bridge, assegurou que os processos de salvaguarda foram revistos e reforçados, com o apoio de uma entidade externa especializada, para garantir a denúncia segura de comportamentos impróprios.
Ainda assim, as críticas à cultura institucional do Leander Club persistem, com vozes a exigirem maior transparência, responsabilização e um ambiente verdadeiramente seguro e inclusivo para todos os atletas.
M.S.
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