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Fim do ACNUR em Angola deixa refugiados em situação crítica

Barracas brancas que abrigam pessoas
Fim do ACNUR em Angola deixa refugiados em situação crítica © AFP/Getty Images

O encerramento dos escritórios do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Angola, anunciado em maio devido a limitações financeiras, está a gerar um aumento da vulnerabilidade entre os refugiados no país, alertam organizações humanitárias e refugiados.


A realidade incide principalmente sobre os refugiados congoleses e ruandeses, que necessitam de assistência diária para suprir necessidades essenciais como alojamento, alimentação, cuidados de saúde e documentação.


João Sebastião Samuel, diretor em exercício da organização não-governamental jesuíta JRS em Angola, destaca que a saída do ACNUR compromete os avanços já conseguidos no apoio a estas populações. “O ACNUR é um doador essencial para estas causas e, com o encerramento do seu escritório, o trabalho feito e a estabilidade das ações ficam ameaçados, deixando os refugiados numa situação delicada”, afirmou.


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Desafios para o apoio humanitário e receios para o futuro

O JRS, presente em Angola desde 1992, já regista cortes nos seus apoios e receia dificuldades acrescidas para continuar a prestar assistência. Diariamente, aproximadamente dez refugiados provenientes da República Democrática do Congo (RDCongo) e do Ruanda recorrem ao JRS em Luanda à procura de ajuda humanitária. João Sebastião Samuel reconhece que o encerramento do ACNUR vai intensificar as dificuldades, sobretudo entre os grupos mais fragilizados.


Entre os refugiados, há temor quanto ao futuro. Jean Pierre Ituku, natural do Équateur na RDCongo e refugiado há 19 anos, expressa preocupação com a possível interrupção dos serviços do JRS e do ACNUR. “Se estas organizações fecharem, nós, os refugiados, vamos ficar desprotegidos, enfrentando muitas dificuldades. O JRS oferece apoio jurídico e social essencial que ninguém mais poderá garantir”, afirma.


Angola recebe mais de 56 mil refugiados e solicitantes de asilo, sendo que 42% deles vêm da República Democrática do Congo. A maior parte está sediada em Luanda, seguida pela província da Lunda Norte, onde se localiza o assentamento do Lóvua, que acolhe cerca de 7.000 refugiados. O Dia Mundial do Refugiado, a 20 de junho, assume-se como uma data importante para destacar a urgente necessidade de apoio constante a estas comunidades.


M.S.


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