Jess Phillips revela discriminação por estar grávida e luta pela igualdade
- Beatriz S. Nascimento
- 8 de mar.
- 2 min de leitura

A deputada do Partido Trabalhista, Jess Phillips, partilhou com o The Independent durante as celebrações do Dia Internacional da Mulher (DIM) as suas experiências de discriminação enquanto mulher. A política de Birmingham Yardley abriu o coração e revelou que foi, em várias ocasiões, alvo de preconceito, nomeadamente ao ser impedida de continuar com uma candidatura a um emprego devido à sua gravidez.
Discriminação Pessoal e Profissional
Em declarações ao jornal, a ministra responsável pela proteção e combate à violência contra mulheres e meninas afirmou: "Definitivamente, fui discriminada. Não pude dar continuidade ao processo de candidatura a um emprego porque estava grávida – pediram-me para não voltar".
A discriminação de que foi alvo não se limitou apenas ao campo profissional. Em outra ocasião, foi-lhe dito que deveria ser avaliada pela renda dos pais para obter o financiamento estudantil, apesar de já ser mãe, porque não era casada com o seu marido. Segundo a política, foi tratada como “propriedade dos pais” até que o marido a assumisse legalmente.
Jess Phillips, de 43 anos, também refletiu sobre o tratamento desigual que enfrentou como mulher na política. Ela revelou que, além de sofrer violência, abusos e ameaças, enfrentou constantemente preconceito de colegas deputados no Parlamento. "As mulheres na linha da frente da política enfrentam um assédio constante, todos os dias", disse, lembrando que, em ocasiões, foi chamada de "emocional" quando abordava temas como assassinatos.
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A Luta Pela Igualdade de Género
Embora reconheça o impacto cansativo dessa discriminação, Jess Phillips afirmou que, para ela, essas situações funcionam como um "combustível", que a motiva a continuar a sua luta pela igualdade de género. "É como algo que colocas no teu interior e que te faz dizer ‘f*** you’ amanhã", comentou, destacando a sua determinação.
O tema do Dia Internacional da Mulher deste ano, "Acelerar a Ação", chama a atenção para a necessidade de avançar na luta pela igualdade de género. Phillips apelou a ações concretas, afirmando que "cada passo possível" deve ser dado para garantir direitos e oportunidades iguais para as mulheres.
A deputada, que tem marcado o DIM todos os anos na última década, tem o hábito de ler os nomes de todas as mulheres que foram vítimas de homicídios no Reino Unido no ano anterior, em tributo às vítimas e como um lembrete de que é preciso impedir que tais tragédias se repitam.
Sobre a crescente resistência à conquista de direitos das mulheres, Jess Phillips advertiu que, para muitos homens, o progresso em direção à igualdade parece ser uma forma de opressão. A deputada defendeu que a verdadeira igualdade de género será alcançada quando as mulheres não precisarem de fazer "o trabalho micro", como pensar constantemente em como e quando irão voltar para casa.
"É isso que a igualdade de género significa para mim", afirmou. "Facilidade para as mulheres poderem ser quem são e se sentirem livres.
B.N.
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