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Julgamento de Cédric Jubillar Intriga França Apesar da Ausência de Corpo


Cédric Jubillar
Julgamento de Cédric Jubillar Intriga França Apesar da Ausência de Corpo © Getty Images

Começou esta semana, na cidade francesa de Albi, um julgamento que tem cativado a atenção do país: Cédric Jubillar, de 38 anos, é acusado de ter assassinado a sua esposa, Delphine, em dezembro de 2020. O caso distingue-se não só pelo seu impacto mediático, mas sobretudo por um detalhe essencial — o corpo da vítima nunca foi encontrado.


O pintor-decorador nega todas as acusações, e os investigadores enfrentam dificuldades em consolidar uma acusação sólida. Não há corpo, nem sangue, nem confissão, nem testemunhas oculares. Ainda assim, o Ministério Público baseia o seu caso numa série de indícios circunstanciais e comportamentos considerados suspeitos.


Desaparecimento em Contexto de Conflito Conjugal

Delphine Jubillar, de 33 anos, era enfermeira e mãe de dois filhos pequenos. Na madrugada de 16 de dezembro de 2020, durante o confinamento imposto pela pandemia de COVID-19, Cédric contactou a polícia a reportar o desaparecimento da esposa. Desde então, o caso ganhou proporções nacionais.


As investigações revelaram que o casal vivia uma relação marcada por conflitos e que Delphine se preparava para pedir o divórcio, mantendo, inclusive, uma relação extraconjugal. A tensão crescente terá, segundo a acusação, motivado o homicídio. Foram realizadas buscas exaustivas na região de Cagnac-les-Mines, no sul de França, incluindo explorações em antigas minas abandonadas, mas sem sucesso.


O comportamento de Cédric na noite do desaparecimento também levantou suspeitas: a existência de sinais de luta, como óculos partidos, o relato de um grito de mulher ouvido por uma vizinha e o seu aparente desinteresse após o sucedido, serão apresentados como elementos chave pela acusação.


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Interesse Público e Julgamento Mediático

O caso tornou-se um fenómeno nas redes sociais, onde milhares de utilizadores se reúnem em fóruns para partilhar teorias e trocar informações. Estes grupos, frequentemente criticados pelas autoridades, funcionam como espaços digitais de debate informal, o que levou o psicanalista Patrick Avrane a compará-los ao “balcão do café – mas com mais gente”.


A personalidade de Cédric será amplamente escrutinada durante as próximas semanas. Testemunhas falaram do seu comportamento agressivo, enquanto dois conhecidos, um ex-companheiro de cela e uma antiga namorada, alegam ter ouvido uma confissão do arguido sobre o crime e o local onde teria escondido o corpo. No entanto, buscas subsequentes não confirmaram essas alegações.


A defesa deverá centrar-se na ausência de provas materiais, alegando que Cédric está a ser julgado com base numa construção social que o aponta como culpado por exclusão de alternativas, e não por factos concretos.


Com mais de 16 mil páginas de prova, 65 testemunhas e 11 peritos convocados, o julgamento prolongar-se-á por quatro semanas. O desfecho mantém-se incerto, enquanto a opinião pública permanece dividida entre três possibilidades: Cédric poderá ser um manipulador habilidoso, um homem azarado apanhado por coincidências ou, simplesmente, um inocente mal compreendido.


Agora, cabe ao tribunal dar a sua decisão.


M.S.


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