Lula da Silva propõe sistema de pagamento em moedas locais no Mercosul
- Monica Stahelin
- 4 de jul.
- 3 min de leitura

O Brasil assume a presidência rotativa do bloco e defende integração económica e combate ao crime organizado.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apelou esta quinta-feira aos países membros do Mercosul para que adotem um sistema de pagamento em moedas locais, com o objetivo de facilitar as transações digitais e reduzir os custos e riscos cambiais. A proposta foi apresentada durante a cimeira do bloco sul-americano, que decorre em Buenos Aires, na Argentina, no dia em que o Brasil assumiu oficialmente a presidência rotativa do Mercosul.
Segundo Lula da Silva, é possível diminuir custos e atenuar riscos cambiais através da utilização das próprias moedas dos países envolvidos. O chefe de Estado brasileiro defendeu a criação de um sistema de pagamento moderno e revigorado, com suporte a transações digitais, como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento económico conjunto.
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Acordos comerciais e cooperação climática
Entre as prioridades apontadas para o seu mandato à frente do Mercosul, Lula destacou o fortalecimento do comércio regional e a ampliação das relações com parceiros internacionais. O Presidente celebrou o recente acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio, que inclui Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça, e manifestou otimismo quanto à assinatura, ainda este ano, dos tratados com a União Europeia e com a própria EFTA. Para o líder brasileiro, esses avanços representam um passo decisivo rumo à formação de uma das maiores áreas de livre comércio do planeta.
O Presidente brasileiro também defendeu a intensificação das negociações com o Canadá e os Emirados Árabes Unidos, bem como o reforço dos laços com países latino-americanos como o Panamá e a República Dominicana. Além disso, propôs a atualização dos acordos com a Colômbia e o Equador. Para Lula, é fundamental que o Mercosul volte os olhos para a Ásia, atual epicentro da economia global.
No campo ambiental, Lula instou os países do bloco a unirem esforços no combate às alterações climáticas. Referiu que os seus impactos já são sentidos no Cone Sul sob a forma de secas e inundações, com consequências humanas, económicas e sociais graves. Recordou ainda que o Brasil sediará a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em novembro e advertiu que a realidade climática avança mais rapidamente do que as metas definidas no Acordo de Paris.
Segurança regional e inovação tecnológica
O discurso de Lula também abordou o desafio representado pelo crime organizado na região. Segundo o Presidente, apenas uma atuação coordenada entre os países do Mercosul poderá fazer frente às redes criminosas internacionais. Reforçou a necessidade de investimento em inteligência, do controlo do tráfico de armas e do bloqueio das fontes de financiamento que alimentam estas organizações.
Por fim, o Presidente anunciou o compromisso de promover parcerias no desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial, bem como o fortalecimento dos mecanismos do Mercosul para a defesa dos direitos humanos e a cooperação em áreas sociais. Lula revelou a intenção de convocar encontros com movimentos sociais e sindicais dos países membros, defendendo que a força da democracia está no diálogo e no respeito pela diversidade.
O Brasil, afirmou Lula, trabalhará nos próximos seis meses por uma integração regional mais solidária, justa e sustentável.
M.S.
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