Ministro Britânico Ataca Farage Após Polémica sobre Acordo com Índia
- Monica Stahelin
- 7 de mai.
- 3 min de leitura

A disputa entre figuras políticas britânicas escalou esta semana, com o Secretário de Negócios, Jonathan Reynolds, a criticar duramente o líder do Reform UK, Nigel Farage, após o lançamento de críticas sobre o acordo comercial entre o Reino Unido e a Índia. A polémica centrou-se numa “Convenção de Dupla Contribuição” que foi uma das condições chave do tratado.
A Controvérsia sobre as "Dupla Contribuição" e as Críticas de Farage
O acordo, que visa facilitar a mobilidade de trabalhadores e profissionais entre os dois países, isenta os empresários e outros profissionais indianos, que são destacados para o Reino Unido, de contribuírem para o sistema de segurança social britânico durante três anos. O mesmo se aplica a trabalhadores britânicos destacados para a Índia. A medida é vista como essencial para a criação de um acordo equilibrado, mas foi alvo de duras críticas por parte de Farage, que afirmou que o acordo prejudicaria os trabalhadores britânicos.
Farage acusou o governo de ter "vendido" os trabalhadores do Reino Unido, alegando que a medida permitiria que os trabalhadores indianos recebessem benefícios fiscais enquanto os britânicos enfrentam aumentos de impostos. “Ele traiu os trabalhadores britânicos, privilegiando a chegada de trabalhadores indianos", disse Farage, referindo-se ao líder trabalhista Sir Keir Starmer, que negociou o acordo.
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Resposta do Ministro Jonathan Reynolds
Jonathan Reynolds não tardou em responder às acusações, classificando-as de "absurdas". “Ninguém está a ser prejudicado com este acordo", afirmou o ministro, desmentindo as acusações de Farage. Segundo Reynolds, o acordo é uma parte fundamental da estratégia pós-Brexit do Reino Unido, e questionou Farage sobre qual seria a alternativa, dada a sua posição a favor do Brexit, mas agora contra acordos comerciais com países como a Índia.
Reynolds também justificou a isenção da contribuição para a segurança social, dizendo que esta era necessária para garantir um acordo equilibrado, com a redução de tarifas que, segundo ele, beneficiarão a economia do Reino Unido em £900 milhões por ano. Comparativamente, o benefício para a Índia seria de £200 milhões anuais.
Críticas Internas e as Implicações do Acordo
Apesar do apoio de Reynolds, o acordo não escapou a críticas dentro do Partido Conservador. A ex-Secretária de Negócios, Kemi Badenoch, recusou-se a apoiar uma medida semelhante no passado, devido às implicações financeiras que o acordo traria ao Reino Unido. Ela argumentou que a criação de um sistema de "impostos duplos" poderia resultar em perdas substanciais para o país.
No entanto, Reynolds apontou que Badenoch não teve acesso ao acordo completo, que inclui não apenas os bens, mas também os serviços. Ele sugeriu que as críticas da ex-ministra eram motivadas pela vergonha do governo conservador, que havia prometido um acordo com a Índia, mas não conseguiu concretizá-lo até agora.
Benefícios do Acordo Comercial
O tratado tem como objetivo impulsionar as trocas comerciais entre o Reino Unido e a Índia em £25 mil milhões até 2040, através de cortes relevantes nas tarifas aplicadas a diversos produtos. Entre os itens que terão tarifas reduzidas estão o whisky, gin, carros, cosméticos, dispositivos médicos, entre outros. A expectativa é que o tratado traga um impacto positivo para a economia britânica, com um aumento de £4,8 mil milhões para a economia do Reino Unido e £2,2 mil milhões em salários anuais até 2040.
A medida foi considerada um passo importante para o Reino Unido estabelecer novos laços comerciais fora da União Europeia, como parte de sua estratégia pós-Brexit. O governo britânico frisou que 90% das linhas tarifárias serão reduzidas, com 85% delas tornando-se totalmente isentas de tarifas ao longo de uma década.
Apesar das controvérsias internas e externas, o acordo comercial entre o Reino Unido e a Índia parece ser um marco importante na política de comércio exterior do Reino Unido pós-Brexit. Resta saber se as críticas à forma como foi negociado e implementado poderão afetar a sua execução ou se as vantagens económicas prometidas prevalecerão.
M.S.
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