Moçambique lança plataforma para impulsionar co-investimentos climáticos
- Monica Stahelin
- 3 de jun.
- 2 min de leitura

O Governo de Moçambique lançou uma plataforma inovadora com o objectivo de aumentar os co-investimentos público-privados na acção climática, particularmente nos sistemas agro-alimentares. A iniciativa, financiada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), pretende criar um ambiente favorável à canalização de recursos para práticas agrícolas sustentáveis, envolvendo o sector privado na co-criação de planos e projectos de investimento.
A cerimónia de lançamento decorreu esta terça-feira, em Maputo, e contou com a presença do secretário de Estado da Terra e Ambiente, Gustavo Djedje, que destacou o papel central da plataforma na identificação das prioridades nacionais agro-alimentares no contexto das alterações climáticas. Djedje sublinhou ainda a importância de envolver os actores não estatais na construção de soluções para os desafios ambientais actuais.
Diálogo, capacitação e compromisso com a resiliência
Para além de promover a co-criação de ideias de investimento, o projecto visa aplicar metodologias de mapeamento e envolvimento do sector privado, bem como identificar componentes essenciais para formação em oportunidades de investimento climático. Espera-se que a plataforma facilite o diálogo entre os diferentes intervenientes e o intercâmbio de experiências relevantes para a implementação eficaz da iniciativa.
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Segundo Gustavo Djedje, o lançamento da plataforma é “mais uma prova inequívoca do comprometimento do Governo em mobilizar e alavancar o financiamento climático para assegurar a adaptação e resiliência climática, bem como promover o desenvolvimento de baixo carbono nos sistemas agro-alimentares”.
FAO reforça aposta na transformação agroalimentar sustentável
José Fernández, representante da FAO em Moçambique, enalteceu o projecto como reflexo de uma “vontade colectiva de promover o desenvolvimento sustentável com uma visão partilhada de resiliência ao clima”. De acordo com Fernández, a iniciativa alinha-se com o Plano Estratégico da FAO 2022–2031, que apoia os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030, promovendo sistemas agroalimentares mais eficientes, inclusivos e resilientes.
O projecto incorpora duas das metas do plano da FAO — melhor produção e melhor meio ambiente — e visa ainda combater a pobreza e a fome, aumentar a produtividade agrícola, proteger os ecossistemas e facilitar o comércio justo entre agricultores e outros agentes económicos.
A necessidade de acção climática em Moçambique é particularmente urgente. Nas últimas cinco décadas, o país tem registado um aumento significativo na frequência de ciclones tropicais. Só na década de 2020, foram contabilizados 12 ciclones, evidenciando os impactos crescentes das alterações climáticas e a urgência de medidas eficazes para proteger os sistemas agroalimentares e as populações mais vulneráveis.
M.S.
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