Novo Papa, Leão XIV, levanta preocupações entre católicos gays
- Beatriz S. Nascimento
- 10 de mai.
- 2 min de leitura

O Papa Leão XIV, até ontem conhecido como Robert Francis Prevost, assumiu ontem o trono de São Pedro, tornando-se o 267º Papa da história da Igreja Católica e o primeiro americano a ocupar o cargo. Nascido em Chicago e com grande parte da sua carreira pastoral na América do Sul, Leão XIV, de 69 anos, é agora o líder de 1,4 mil milhões de católicos em todo o mundo. A sua ascensão ao papado foi celebrada com entusiasmo em Roma, onde se ouviram gritos de “Viva o Papa” no momento da sua nomeação.
No entanto, algumas declarações feitas por Leão XIV há 13 anos têm gerado preocupações, especialmente entre a comunidade LGBT+. O Papa, então conhecido como Bispo Prevost, fez comentários polémicos sobre a moralidade de certos comportamentos, nomeadamente o estilo de vida homossexual, afirmando que
“os meios de comunicação social ocidentais são extremamente eficazes em promover simpatia por crenças e práticas em desacordo com o Evangelho, como o aborto, o estilo de vida homossexual e a eutanásia”.
Preocupações dentro da comunidade LGBT+
Estas palavras geraram desconforto, principalmente entre católicos gays, como é o caso de um homem que, após se reconectar com a fé sob o papado de Francisco, agora teme ser novamente marginalizado. “Eu fui acolhido pela Igreja sob o Papa Francisco. Mas agora, com estas declarações, sinto-me preocupado que a comunidade LGBT+ possa voltar a ser vista como uma escolha de estilo de vida e não como uma parte legítima da Igreja”, disse ele.
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Este homem, que se identifica como católico e gay, compartilha a sua experiência pessoal com a Igreja, desde a sua infância, quando foi baptizado e recebeu a Primeira Comunhão, até aos dias de hoje, onde, apesar de afastado por algumas décadas, retomou o contacto com a fé católica após a eleição de Francisco.
“Durante o papado de Francisco, vi uma mudança no discurso, mais focado na aceitação do que na condenação. Como homem gay, foi o único Papa com quem me conectei verdadeiramente”, explicou.
O futuro da aceitação LGBT+ sob Leão XIV
Após o falecimento de João Paulo II em 2005, e a eleição de Bento XVI, o qual era mais conservador nas questões LGBT+, este católico sentiu-se desiludido com a Igreja, chegando a expressar-se publicamente contra as suas posições. Contudo, com a eleição de Francisco, começou a observar um discurso mais inclusivo e de aceitação, o que o fez voltar a aproximar-se da Igreja. Agora, com a ascensão de Leão XIV, teme que a abordagem inclusiva e acolhedora da Igreja possa voltar atrás.
Este caso revela um sentimento crescente entre alguns católicos gays que, embora tenham encontrado apoio na Igreja nos últimos anos, agora se questionam sobre o futuro da sua aceitação sob o novo Papa. A forma como Leão XIV irá conduzir a Igreja nas questões sociais e de inclusão será um tema central durante o seu papado.
B.N.
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