Piratas burlam casal em 17 mil euros com anúncios falsos do Banco CTT
- Monica Stahelin
- 16 de abr.
- 3 min de leitura

O Banco CTT foi condenado a pagar 19 mil euros a um casal de clientes vítimas de uma burla online, conhecida como "pharming". Os criminosos usavam páginas falsas, idênticas às do banco, promovidas através de anúncios no Google e Bing, para enganar os utilizadores. O tribunal de Viana do Castelo concluiu que, embora o cliente não tenha seguido todas as recomendações de segurança, a ação dos burlões foi suficientemente "ardilosa e astuciosa", não configurando "negligência grosseira" por parte da vítima.
A burla através de anúncios fraudulentos
Em tribunal, ficou provado que, no final de 2022, os criminosos contrataram anúncios para motores de busca, como o Google, que promoviam sites falsificados do Banco CTT. Quando os utilizadores pesquisavam por termos como "homebanking CTT", os anúncios apareciam nas primeiras posições, criando a falsa impressão de que estavam a aceder ao site oficial da instituição. O casal de vítimas foi uma das muitas pessoas que caíram no golpe, ao clicar num desses links fraudulentos.
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Nos dias que antecederam o 11 de janeiro de 2023, o marido da vítima acedeu a uma dessas páginas falsas, onde inseriu as suas credenciais de acesso, como o nome de utilizador e a palavra-passe. Utilizando essas informações, os burlões conseguiram entrar na conta bancária do casal. No dia 11 de janeiro, um suposto funcionário do banco entrou em contacto com o marido, dizendo-lhe o nome e morada, e pediu-lhe para confirmar uma transação de 50 euros. Para ganhar a confiança da vítima, o burlão explicou que seria necessário um código para desbloquear uma ordem de pagamento, o qual foi enviado ao marido e fornecido ao criminoso.
Transferências e perdas significativas
No entanto, o código foi utilizado para instalar a aplicação de "homebanking" num telemóvel controlado pelos piratas. Em questão de minutos, as poupanças do casal, no valor de 17 mil euros, foram transferidas para contas à ordem e, em seguida, para contas de "mulas". Os criminosos realizaram uma transferência de 9.998 euros e um pagamento de 7 mil euros, deixando a conta do casal a zeros.
Responsabilidade do Banco CTT
O Banco CTT tentou isentar-se de culpa, argumentando que os clientes não seguiram as orientações de segurança fornecidas. No entanto, a juíza Clarisse Gomes considerou que a instituição bancária não provou que houve negligência grosseira por parte dos clientes. A magistrada salientou que os criminosos criaram um "engodo" difícil de detetar por um cidadão comum, e, como tal, o banco foi condenado a restituir o valor perdido pelo casal e a pagar 2 mil euros por danos não patrimoniais.
Vitória do consumidor e alerta para o reforço da segurança
O advogado do casal, Pedro Meira, considerou que esta decisão é uma vitória para os consumidores e um importante alerta para as instituições bancárias.
"Esta decisão confirma que os bancos devem responder por falhas na segurança dos seus sistemas. É uma vitória do consumidor e um alerta para que as instituições reforcem a proteção contra golpes como o phishing e o smishing".
Conselhos de segurança para evitar burlas
Para proteger-se contra fraudes semelhantes, especialistas recomendam alguns cuidados essenciais:
Desconfie de comunicações suspeitas: Nunca insira dados ou credenciais de acesso a pedido de emails ou SMS. Não clique em links nem faça o download de anexos provenientes de fontes suspeitas.
Aceda manualmente aos sites: Sempre que precisar aceder à sua conta bancária, insira o endereço diretamente na barra de endereços e verifique se o site possui certificado de segurança (início "https://").
Fique atento a erros de português: Muitos golpistas cometem erros ortográficos nos emails ou mensagens que enviam.
Verifique diretamente com a instituição: Se tiver dúvidas sobre uma comunicação recebida, ligue para o número ou email oficial do banco ou instituição.
M.S.
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