Protestos em Moçambique causam prejuízos de 14 milhões à CFM
- Beatriz S. Nascimento
- 13 de abr.
- 2 min de leitura

As manifestações pós-eleitorais em Moçambique, que ocorreram após as eleições gerais de 9 de outubro, causaram danos significativos à estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), com prejuízos superiores a 14 milhões de euros. A informação foi revelada pelo presidente do Conselho de Administração da CFM, Agostinho Langa, e inclui a vandalização de equipamentos e a interrupção das operações da empresa durante cinco meses de contestação nas ruas.
Prejuízos financeiros e logísticos
De acordo com Langa, os prejuízos totais atingiram 14,88 milhões de dólares (aproximadamente 13,1 milhões de euros) devido à carga não transportada ou manuseada durante o período de agitação social. Além disso, a inoperância do sistema ferroviário do Zimbabué contribuiu para a paralisação do transporte de cerca de 1,3 milhões de toneladas de carga previstas no plano anual da CFM.
Publicidade
Os danos causados pelas manifestações também afetaram o transporte de passageiros, com cerca de 563.787 passageiros a não utilizarem os comboios da empresa. As perdas económicas também incluem danos em equipamentos e infraestruturas da CFM, com destaque para a destruição de quatro locomotivas, 14 carruagens, três estações ferroviárias e cerca de 1.300 metros de linha ferroviária, totalizando 1,86 milhões de dólares (aproximadamente 1,6 milhões de euros) em prejuízos materiais.
Crescimento no transporte de carga e passageiros em 2024
Apesar dos desafios, a administração da CFM destacou que o sistema ferroviário de Moçambique conseguiu transportar cerca de 27,3 milhões de toneladas de carga em 2024, o que representa um aumento de 3% em comparação com o ano anterior. O transporte de passageiros também registou um aumento de 2%, com 7,1 milhões de passageiros transportados.
No entanto, o cenário de violência e instabilidade continua a afetar o país, com o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane sendo apontado como um dos responsáveis pela convocação dos protestos. A violência resultou em pelo menos 390 mortos, de acordo com organizações da sociedade civil, além de saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas. As manifestações também causaram danos em 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias.
Recentemente, em 23 de março, Mondlane e Daniel Chapo se encontraram pela primeira vez e acordaram um compromisso para cessar a violência no país. Apesar da tragédia que assola Moçambique, o governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos e os danos materiais provocados pela agitação social.
A CFM, por sua vez, prossegue com o processo de aquisição de novos equipamentos, incluindo 250 vagões para o transporte de minerais e 15 locomotivas, com previsão de entrega de três unidades ainda este mês.
B.N.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Comments