Surto de hepatite A preocupa escola em Portimão
- Beatriz S. Nascimento
- 22 de mar.
- 3 min de leitura

A comunidade escolar de Portimão, no Algarve, encontra-se em alerta após a confirmação de vários casos de hepatite A na Escola Básica Coca Maravilhas. O surto começou a preocupar pais, encarregados de educação e outros membros da comunidade escolar, que se queixam da falta de informação e respostas por parte da direção do estabelecimento de ensino. O primeiro caso foi identificado no início de fevereiro de 2025, envolvendo um aluno que vive em condições de habitação precária numa barraca e que não frequentava as aulas desde meados de fevereiro.
Surto de Hepatite A na Escola Básica Coca Maravilhas
A doença foi se alastrando, afetando mais crianças da escola, o que gerou um clima de apreensão. Algumas mães, por meio das redes sociais, manifestaram a sua preocupação, alegando que a direção da escola estaria a ocultar informações sobre os casos de hepatite A e a falta de ação em relação à situação. Essas mães também relataram que, apesar das várias tentativas de contactar a escola, não obtiveram qualquer resposta satisfatória sobre o surto e as medidas de prevenção.
A Direção-Geral de Saúde (DGS) confirmou, que até o momento foram detetados quatro casos de hepatite A em crianças que frequentam a Escola Básica Coca Maravilhas. A transmissão do vírus ocorreu no ambiente familiar dos alunos, que vivem em uma área de habitação precária em Portimão, uma zona caracterizada pela falta de acesso a água potável e saneamento básico. A DGS acrescentou que as crianças afetadas estão clinicamente estáveis e não necessitaram de internamento, mas que se encontram em evicção escolar, ou seja, estão a faltar às aulas devido a uma medida sanitária obrigatória para evitar a propagação do vírus.
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Medidas de Contenção e Impacto na Comunidade
A hepatite A, que é uma doença altamente contagiosa e pode representar riscos sérios para a saúde pública, tem sido monitorada pelas autoridades de saúde. Desde o início do surto na região do Algarve, em agosto de 2024, a DGS notificou um total de 52 casos nos municípios de Faro, Olhão e Portimão. Em resposta à situação, foram administradas 261 vacinas pós-exposição a familiares e coabitantes dos casos confirmados, como medida preventiva.
O surto recente, que afetou principalmente crianças com laços de parentesco entre si, trouxe à tona a vulnerabilidade de certas comunidades, onde as condições de habitação e o acesso a cuidados de saúde são precários. Os dados da DGS indicam que, apenas desde o início de fevereiro de 2025, foram notificados sete casos novos de hepatite A na região do Algarve, todos com relação de parentesco entre os afetados.
A comunidade escolar e os pais exigem mais transparência e uma resposta mais rápida por parte das autoridades educativas e de saúde. A situação também levanta questões sobre a necessidade urgente de medidas para melhorar as condições de habitação e o acesso à saúde nas zonas mais carenciadas, como os bairros de Portimão, onde vivem muitos dos alunos afetados.
A Direção da Escola Básica Coca Maravilhas ainda não se pronunciou oficialmente sobre a questão, apesar das várias tentativas por parte da comunicação social e da comunidade escolar para obter esclarecimentos. A falta de comunicação tem gerado desconforto entre os pais, que se sentem desinformados e inseguros quanto às medidas de prevenção e ao acompanhamento da situação.
A Necessidade de Ações Imediatas para Evitar Novos Casos
O surto de hepatite A, embora controlado até agora, sublinha a importância de um sistema de saúde ágil e eficaz, bem como da necessidade de uma maior colaboração entre as escolas e os serviços de saúde pública para lidar com eventuais surtos e proteger a saúde das crianças e de toda a comunidade. A questão do saneamento básico e da melhoria das condições de habitação nas áreas mais vulneráveis da cidade também deve ser uma prioridade para garantir que surtos como este não se repitam no futuro.
As autoridades continuam a acompanhar a situação de perto, com a DGS a garantir que a vacinação pós-exposição continua a ser administrada aos familiares e coabitantes dos casos afetados, enquanto a comunidade escolar aguarda por novas orientações e esclarecimentos.
B.N.
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