Trump lamenta tiroteio na Flórida, mas defende armas
- Beatriz S. Nascimento
- 19 de abr.
- 4 min de leitura

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lamentou esta quinta-feira, 17 de abril, o tiroteio ocorrido na Universidade Estadual da Flórida (FSU), em Tallahassee, que resultou na morte de duas pessoas e deixou outras cinco feridas. Embora tenha expressado pesar pelas vítimas, Trump voltou a defender a posse de armas nos Estados Unidos, uma questão polarizadora no país. O ex-presidente reafirmou a sua posição sobre a Segunda Emenda da Constituição Americana, que garante aos cidadãos o direito de portar armas.
“Armas não atiram sozinhas; são as pessoas que as utilizam para fazer o mal”, afirmou Trump, destacando mais uma vez a sua oposição a qualquer tentativa de restringir o acesso a armas de fogo nos Estados Unidos.
Vítimas do ataque ainda não identificadas
De acordo com a Universidade Estadual da Flórida, as duas vítimas fatais não eram estudantes da instituição. Até ao momento, as autoridades não divulgaram as identidades dos falecidos. A universidade tem cerca de 42 mil estudantes e, após o tiroteio, a direção da instituição emitiu um alerta urgente solicitando que todos os alunos e funcionários procurassem abrigo imediato. “Um atirador ativo foi reportado nas proximidades do Centro Estudantil. Busquem abrigo, tranquem-se nas salas e mantenham-se afastados de portas e janelas”, foi a instrução transmitida aos presentes no campus.
Este incidente ocorre num contexto de crescente debate sobre a segurança nas universidades americanas, com muitos a exigir uma resposta mais enérgica por parte do governo federal para prevenir ataques como este.
Atirador identificado como filho de uma xerife local
O suspeito do ataque, identificado pelas autoridades como um jovem de 22 anos, é filho de uma xerife local e terá utilizado armas pertencentes à mãe, que são de uso permitido no estado da Flórida. O atirador foi encontrado no local e transportado para um hospital, onde se encontra sob custódia da polícia. As autoridades ainda estão a investigar o motivo do ataque, mas confirmaram que o suspeito agiu sozinho.
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Pânico e fuga no campus
A Universidade Estadual da Flórida é uma das maiores do país e, após o início do ataque, o campus rapidamente se transformou em um cenário de pânico. Muitos estudantes e funcionários correram para se esconder, temendo pela própria vida. Um grupo de oito pessoas, que estava a trabalhar em um projeto no edifício do Centro Estudantil, conseguiu refugiar-se num corredor, onde improvisaram uma barricada com latas de lixo e tábuas de madeira, tentando retardar o avanço do atirador.
Sam Swartz, um dos estudantes que estava no local, relatou ao jornal Tallahassee Democrat o instinto de sobrevivência que prevaleceu entre o grupo. “Lembro-me de aprender que a melhor coisa a fazer é atrasá-los. Eles não querem perder tempo, eles só querem matar o maior número de pessoas possível”, afirmou Swartz, que conseguiu escapar ileso.
A polícia de Tallahassee, juntamente com agentes federais, continua a investigar o caso, enquanto a universidade procurava garantir a segurança no campus. O incidente gerou ainda mais preocupação, uma vez que a Flórida é um dos estados com as leis de armas mais permissivas nos Estados Unidos, o que tem sido frequentemente criticado por defensores de um controlo mais rigoroso do uso de armamento no país.
A resposta das autoridades e o futuro do debate sobre as armas
Após o incidente, o governador da Flórida, Ron DeSantis, expressou condolências às vítimas e garantiu que a polícia está a fazer tudo o que pode para esclarecer o caso e prevenir novos ataques. No entanto, a tragédia reacende o debate sobre o direito à posse de armas nos Estados Unidos, que continua a dividir a opinião pública. Por um lado, defensores dos direitos dos cidadãos à posse de armas, como Trump, argumentam que a solução não passa pela restrição de armamento, mas sim por uma melhor educação e vigilância sobre quem adquire essas armas. Por outro lado, muitas organizações e ativistas exigem uma ação mais firme para garantir que tragédias como a ocorrida em Tallahassee não se repitam.
O panorama de violência armada nas universidades americanas
Este tiroteio é mais um capítulo na longa história de violência armada nas universidades dos Estados Unidos. De acordo com dados de várias organizações de pesquisa, as instituições de ensino superior do país têm sido locais frequentes de confrontos armados, alimentando ainda mais a polarização sobre o controle de armas no país.
Embora o debate sobre as armas se intensifique, a resistência à implementação de políticas mais rígidas persiste, com muitos defensores do direito à posse de armas argumentando que tal ação violaria a liberdade individual garantida pela Constituição dos Estados Unidos.
As autoridades continuam a investigar as circunstâncias que rodearam o ataque e aguardam o desenrolar da situação, com a esperança de que o tiroteio não seja mais um exemplo de uma tendência crescente de violência armada no país.
B.N.
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