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Vinte e três mulheres denunciam abuso sexual por doutorando chinês

Zhenhao Zou
Vinte e três mulheres denunciam abuso sexual por doutorando chinês © PA Media

Um grupo de novas vítimas uniu-se ao caso de Zhenhao Zou, um estudante de doutoramento da University College London (UCL), de 28 anos, que foi condenado no mês passado por drogar e abusar sexualmente de 10 mulheres. O caso tem vindo a chamar a atenção por sua gravidade, com mais 23 mulheres a afirmar terem sido também violadas pelo mesmo homem, que é agora temido por ser um dos mais prolíficos agressores sexuais do Reino Unido.


Zou, que filmava os ataques a mulheres com câmaras ocultas para manter como "recordações", foi considerado culpado de crimes hediondos, e apenas duas das vítimas foram identificadas até agora. O juiz Rosina Cottage descreveu-o como um "agressor perigoso e predatório", alertando que ele enfrentará uma sentença de prisão "muito longa" em junho.


Investigações revelam a extensão dos crimes

Após a condenação, a polícia britânica iniciou um apelo internacional para que outras vítimas se apresentassem, depois de terem descoberto vídeos que mostram pelo menos 50 mulheres não identificadas sendo atacadas por Zou. O réu mantinha também uma "caixa de troféus", contendo objetos pessoais das vítimas, como roupas e jóias.


Câmara utilizada para filmar uma alegada violação, que foi mostrada ao júri durante o julgamento de Zhenhao Zou
Câmara utilizada para filmar uma alegada violação, que foi mostrada ao júri durante o julgamento de Zhenhao Zou © Met Police

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As investigações indicam que ele tinha como alvo mulheres chinesas, a quem convidava para a sua casa para beber ou estudar, antes de as drogar e abusar sexualmente. As autoridades confirmaram que já mais de 20 mulheres se apresentaram, e a polícia investiga se é possível identificar as vítimas entre aquelas que ainda não foram identificadas.


Kevin Southworth, comandante da Polícia Metropolitana, agradeceu publicamente à coragem das mulheres que se apresentaram, revelando que as vítimas estão a surgir de várias partes do mundo. "Neste momento, os principais locais onde acreditamos que os crimes possam ter ocorrido são em Inglaterra, especificamente em Londres, e na China", afirmou Southworth. Ele alertou ainda que "há grande possibilidade de que Zou seja um dos mais prolíficos criminosos que já vimos" e pediu a mais vítimas que se apresentem.


Perfil de Zou e o impacto global dos crimes

Durante o julgamento no Tribunal da Coroa de Inner London, Zou afirmou que o seu tipo de pornografia preferido era o “time-stop”, em que as mulheres estão imobilizadas ou adormecidas. A análise de material perturbador encontrado nos dispositivos de Zou permitiu à polícia desvendar a extensão dos seus crimes, com mais de 1.660 horas de gravações a serem recuperadas pelas autoridades.


Zou mudou-se para o Reino Unido em 2017, vindo da China para estudar na Queen’s University, em Belfast, e mais tarde ingressou no doutoramento na UCL em 2019. Durante esse período, viveu em residências estudantis em Bloomsbury e, posteriormente, em um luxuoso edifício no sul de Londres. Foi durante este tempo que também se revelou um estudante sociável, frequentando discotecas e organizando festas.


Além dos crimes de abuso sexual, Zou foi condenado por 11 acusações de violação, três de voyeurismo, 10 de posse de imagens pornográficas extremas, uma de prisão ilegal e três de posse de droga controlada (butanediol), com intenção de cometer um crime sexual. No entanto, foi absolvido de outras acusações, incluindo a posse de MDMA e ketamina, que também estavam associadas a crimes sexuais.


Agora, a polícia britânica está focada em identificar o maior número possível de vítimas e garantir que Zou seja responsabilizado por todos os seus crimes, procurando também impedir que o réu continue a escapar à justiça em outras partes do mundo.


M.S.


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