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Vítor Murta investigado por desvio de meio milhão de euros

Vítor Murta
Vítor Murta investigado por desvio de meio milhão de euros © André Rolo

A Polícia Judiciária realizou buscas no Estádio do Bessa e constituiu arguidos vários responsáveis ligados ao clube. Vítor Murta é o principal visado.


Contabilidade paralela e suspeitas de fraude

O ex-presidente do Boavista Futebol Clube, Vítor Murta, está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de desvio de cerca de 500 mil euros dos cofres do clube. A operação, que decorreu esta terça-feira, envolveu buscas no Estádio do Bessa e teve como alvo também outros elementos da antiga direção da SAD, além de duas empresas do universo boavisteiro.


De acordo com a investigação, a administração de Murta terá criado uma contabilidade paralela com o intuito de evitar o pagamento de dívidas ao Estado e a outros credores. Parte de um investimento de dez milhões de euros feito por acionistas da SAD terá sido desviado para contas bancárias, nacionais e estrangeiras, em nome de administradores, familiares e empresas associadas ao clube, sem registo nas contas oficiais.


As autoridades referem ainda que o esquema envolvia transferências internacionais e depósitos em numerário sem origem ou destino claramente identificados. O objetivo seria proteger o dinheiro de eventuais confiscações por parte da Segurança Social e da Autoridade Tributária, e garantir, ao mesmo tempo, o funcionamento da equipa principal de futebol.


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Mandados de busca e investigação em curso

As buscas foram acompanhadas por um juiz de instrução criminal e um procurador do Ministério Público. A entrada nas instalações do Estádio do Bessa só foi possível após arrombamento forçado, tendo os inspetores permanecido no local até ao início da noite. A PJ cumpriu um total de dez mandados de busca no âmbito de uma investigação centrada em factos ocorridos entre 2023 e o final de 2024.


Os crimes sob investigação incluem fraude fiscal, lavagem de dinheiro e impedimento de cobrança de dívidas. Foram constituídos arguidos contabilistas certificados, um escritório de advogados, uma sociedade de revisores oficiais de contas e os administradores então em funções.


De acordo com os atuais gestores da SAD, esta não foi acusada, sendo antes considerada vítima no processo. O clube, através do presidente Rui Garrido Pereira, também confirma não ter sido oficialmente alvo da investigação, apesar de as suspeitas incidir sobre alguns membros da sua equipa. Por outro lado, as empresas Boavista Unipessoal e Boavista Comercial figuram como arguidas.


Histórico de polémicas e processos judiciais

Vítor Murta, que esteve à frente do Boavista entre 2018 e 2024, esteve ligado a diversas polémicas durante o seu mandato, incluindo uma condenação por assédio sexual. Em fevereiro deste ano, foi ainda acusado de participação num esquema de fraude fiscal e falsificação de documentos, num caso associado à empresa Fun Addict, que alegadamente causou prejuízos ao Estado superiores a 1,7 milhões de euros.


Com uma história centenária e uma ligação profunda à cidade do Porto, o Boavista vive atualmente um dos momentos mais delicados da sua existência. Após nova descida à Liga 2 e com processos de insolvência em curso, clube e SAD enfrentam um futuro incerto.


M.S.


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