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Ambientalistas protestam contra fábrica da Altri na Galiza

Pessoas em um bot na água
Ambientalistas protestam contra fábrica da Altri na Galiza © Europa Press

Cerca de uma centena de embarcações desceu o rio Ulla em protesto contra o projeto da empresa portuguesa, que é acusado de ameaçar ecossistemas e comunidades locais.


Mais de uma centena de embarcações desceram o rio Ulla até Padrón, no âmbito de um protesto organizado por várias plataformas e associações ambientalistas galegas contra a construção de uma fábrica de pasta de papel da empresa portuguesa Altri, prevista para Palas de Rei, na província de Lugo, Espanha.


O protesto culminou com uma manifestação em terra e a leitura de um manifesto, tendo sido acompanhada por centenas de pessoas que também participaram numa descida de jangada do troço final do rio, desde Ponte de Sinde até Campo da Ínsua. O movimento incluiu ainda críticas à possível reabertura de uma mina de cobre a céu aberto na mesma região.


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As associações ambientais alertam que tanto a fábrica da Altri como a exploração mineira representam uma grave ameaça para o ecossistema da bacia hidrográfica do Ulla, prejudicando a qualidade da água e colocando em risco o estuário de Arousa, uma zona reconhecida pela riqueza dos seus bancos de marisco.


Segundo Pilar Naveira, presidente da Plataforma Ulloa Viva, a ampla adesão popular demonstra o isolamento da Junta da Galiza na sua posição favorável ao projeto da Altri. Naveira afirmou ser “muito importante” que o governo espanhol tenha excluído a fábrica dos fundos europeus de descarbonização, considerando que o projeto “ameaça o modo de vida das populações locais” e terá impactos “incríveis a nível territorial, social e económico”.


Governo espanhol recusa fundos à Altri

O executivo espanhol anunciou em abril que o projeto da Altri, através da sua filial Greenfiber, não será contemplado com os 30 milhões de euros de fundos europeus destinados à descarbonização. A decisão foi confirmada pela ministra do Trabalho e vice-presidente do Governo, Yolanda Díaz, e pelo ministro da Indústria, Jordi Hereu.


“Dissemos sempre alto e claro: Altri, não. E hoje dizemo-lo também desde o Governo”, escreveu Yolanda Díaz, dirigente galega do partido Somar, na rede social Bluesky.

A empresa portuguesa já comunicou que irá recorrer da decisão, assegurando que o projeto não está em risco. A Altri defende que a fábrica cumpre todas as exigências ambientais da União Europeia, sendo apoiada pela Junta da Galiza, que aprovou uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável.


Organizações ambientais prometem continuar vigilantes

A Greenpeace saudou a recusa dos fundos, considerando-a “um grande passo” na luta contra a instalação da fábrica, embora tenha advertido que a decisão poderá estar relacionada apenas com prazos administrativos e não com questões ambientais ou de sustentabilidade.


A organização alerta que a Altri continua a reivindicar apoio público num total de 250 milhões de euros e garantiu que continuará a acompanhar os desenvolvimentos do projeto, cuja instalação considera “enormemente prejudicial para o meio ambiente e a sociedade galega”.


Está já marcada uma manifestação nacional contra a fábrica para o próximo dia 1 de junho, em Pontevedra, às 12h00. Antes disso, no dia 8 de maio, uma concentração terá lugar em frente ao Congresso dos Deputados, em Madrid, com o objetivo de exigir que o governo central não conceda qualquer tipo de apoio público ao projeto.


B.N.


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