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Ameaça de Retirada de Apoio dos EUA: Qual o Impacto para a Ucrânia?

Um homem parado
Ameaça de Retirada de Apoio dos EUA: Qual o Impacto para a Ucrânia? ©DPA

Após uma acesa troca de palavras entre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na passada sexta-feira, responsáveis pela Casa Branca sinalizaram que o apoio dos EUA à Ucrânia poderá ser suspenso imediatamente. A tensão surgiu após um confronto em que Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, criticaram Zelensky por não expressar agradecimento pelo apoio prestado pelos Estados Unidos nos últimos três anos de conflito com a Rússia.


Este receio já era uma preocupação para a Ucrânia há vários meses, mas os líderes ucranianos esperavam que a diplomacia pudesse resolver a questão. Contudo, a troca de acusações na sala Oval tornou o cenário mais grave, com um oficial da administração Trump revelando após o incidente que estavam a considerar cancelar toda a ajuda militar, incluindo os últimos envios de munições e equipamentos que haviam sido autorizados e pagos durante o mandato de Joe Biden.


Dependência Militar da Ucrânia em Relação aos EUA

A Ucrânia tem mostrado uma dependência crescente do apoio militar dos Estados Unidos, sendo este responsável por quase metade do total de £103 mil milhões em assistência militar recebida de aliados ocidentais. De acordo com o Kiel Institute, os EUA enviaram cerca de £51 mil milhões, o que faz do país o maior contribuidor individual para o esforço de guerra ucraniano. A Alemanha e o Reino Unido são os seguintes maiores apoiantes, com £10 mil milhões e £8 mil milhões, respetivamente, embora os EUA mantenham uma posição dominante no fornecimento de equipamento militar, munições e outros recursos essenciais.


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No entanto, quando analisado o apoio militar em termos proporcionais ao Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, os EUA ocupam uma posição mais modesta. A assistência militar dos EUA representa apenas 0,296% do seu PIB, colocando o país na 17ª posição entre os maiores apoiantes da Ucrânia, em termos relativos ao tamanho da economia. Em contraste, países como a Dinamarca, Estónia, Lituânia, Letónia e Finlândia têm contribuído de forma mais significativa em relação às suas economias. A Dinamarca, por exemplo, enviou cerca de 2,038% do seu PIB em apoio militar à Ucrânia. Estes países, todos com fronteiras partilhadas com a Rússia, têm demonstrado uma solidariedade notável, dada a sua proximidade geopolítica com o regime de Vladimir Putin.


A Incerteza e o Futuro da Resistência Ucraniana

Se a Ucrânia perdesse o apoio material substancial dos Estados Unidos, isso poderia ter consequências devastadoras para a capacidade do país de continuar a resistir à agressão russa. O presidente Zelensky tem sido claro ao afirmar que as garantias de segurança dos EUA, no contexto de um eventual acordo de paz, são essenciais para impedir futuras agressões russas. Ele tem reiterado que, sem o apoio dos Estados Unidos, a Ucrânia teria "baixas chances" de sobrevivência, dado o poderio militar da Rússia. Zelensky enfatiza que a assistência europeia, embora importante, não seria suficiente para garantir a defesa do país face a uma Rússia que continua a ser uma ameaça existencial.


Em entrevista recente à NBC, Zelensky afirmou que a falta de apoio dos EUA tornaria extremamente difícil a sobrevivência da Ucrânia a longo prazo. Para ele, as promessas de apoio dos EUA são essenciais não apenas para o esforço de guerra imediato, mas também para garantir a segurança do país após a guerra, prevenindo futuras agressões russas e assegurando um futuro estável para a Ucrânia.


A incerteza sobre o futuro da assistência militar dos EUA coloca o governo ucraniano numa posição extremamente vulnerável, especialmente num momento crítico do conflito. O apoio americano tem sido uma peça fundamental na resistência da Ucrânia, tanto em termos de recursos materiais como de suporte diplomático. A decisão de Trump sobre a continuidade desse apoio será crucial não apenas para o desenrolar do conflito, mas também para a estabilidade política e militar da região a longo prazo.


Se os Estados Unidos decidirem reduzir ou retirar seu apoio, isso poderá alterar o equilíbrio de forças no campo de batalha, tornando a Ucrânia ainda mais dependente de outros aliados ou forçando-a a procurar novas fontes de armamento. O futuro da Ucrânia, assim, pode estar diretamente ligado à decisão dos Estados Unidos nos próximos meses.


B.N.


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