Coimbra inicia produção de fármaco inovador para detetar Alzheimer
- Monica Stahelin
- há 3 horas
- 2 min de leitura

A Universidade de Coimbra (UC) anunciou que começará a produzir um radiofármaco inovador destinado a melhorar a precisão no diagnóstico da doença de Alzheimer, através da Tomografia por Emissão de Positrões (PET). Esta inovação permitirá a deteção mais eficaz de agregados da proteína Tau no cérebro, uma característica crucial na progressão da doença.
Novo radiofármaco transforma diagnóstico da doença de Alzheimer
Em comunicado enviado à agência Lusa, a UC sublinhou que o novo radiofármaco, desenvolvido pelo Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) Pharma, transforma a abordagem diagnóstica da doença de Alzheimer. Até ao momento, o exame PET era usado sobretudo para identificar a presença de amiloide beta em forma fibrilar e em placas. Com o novo radiofármaco, passa a ser possível detetar a proteína Tau, permitindo um diagnóstico mais preciso e aprofundado da doença.
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"O desenvolvimento deste radiofármaco, que será produzido a partir de agora em Portugal, representa um passo significativo na melhoria da precisão diagnóstica e no estadiamento da doença, além de possibilitar uma melhor compreensão da sua progressão", afirmou Antero Abrunhosa, diretor do ICNAS. Ele explicou que a deteção dos agregados de Tau no cérebro está diretamente relacionada com a gravidade e evolução da doença de Alzheimer, o que pode melhorar as estratégias de tratamento.
Expansão internacional da ICNAS Pharma
Após dois anos de pesquisa, a ICNAS Pharma, uma empresa detida pela Universidade de Coimbra, conseguiu estabelecer o processo de produção do radiofármaco, agora disponível em Portugal. A empresa, que desde 2012 tem sido pioneira no desenvolvimento e produção de radiofármacos, já lançou sete medicamentos no mercado nacional e produziu mais de 300 mil doses. Agora, a ICNAS Pharma está a expandir a sua presença internacional, com planos de exportação para outros países europeus e para o Brasil.
De acordo com Antero Abrunhosa, os estudos atualmente em desenvolvimento podem ainda abrir caminho para a criação de uma nova geração de medicamentos terapêuticos, com o objetivo de diminuir a acumulação da proteína Tau no cérebro, o que poderá trazer melhorias no estado de saúde dos doentes com Alzheimer no futuro.
M.S.
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