Angola regista 193 mortos e 5.336 infetados por cólera desde janeiro
- Monica Stahelin
- 27 de fev.
- 2 min de leitura
Angola registou até quarta-feira, 193 mortos e 5.336 infetados por cólera desde o início do surto em janeiro deste ano. A situação continua a evoluir, com novos casos a serem confirmados diariamente, principalmente nas províncias mais afetadas. O surto de cólera teve início na província de Luanda, que continua a ser o epicentro da doença, mas a doença já se espalhou para várias outras regiões do país, com destaque para as províncias de Icolo e Bengo, que têm registado um número crescente de casos.
De acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas, foram registadas quatro mortes e 117 novos casos de cólera. A província de Luanda foi a única a reportar vítimas fatais neste período, com 80 dos 117 casos notificados na região.
As autoridades de saúde têm intensificado os esforços para tentar conter a propagação, mas a doença continua a afetar a população, especialmente as comunidades com piores condições sanitárias.
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Medidas de controlo e campanha de vacinação
A situação em Luanda continua a ser a mais preocupante, com 198 pessoas atualmente internadas e 91 que receberam alta. Para conter a propagação da doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem dado apoio ao governo angolano, reforçando medidas de controlo. Foram destacadas 20 equipas de resposta rápida nas províncias mais afetadas, como Luanda, Icolo e Bengo, com a missão de detetar novos casos, realizar inquéritos rápidos e sensibilizar as comunidades sobre medidas preventivas.
Em janeiro, o Ministério da Saúde, com o apoio da OMS, Unicef, Banco Mundial e do Comité Internacional da Cruz Vermelha, realizou uma campanha de vacinação reativa, tendo vacinado mais de 900.000 pessoas. A campanha atingiu uma taxa de cobertura impressionante de 99,5%, ajudando a controlar o surto.
Desafios do cólera em Angola
O cólera é uma doença infecciosa que se transmite principalmente por meio de água ou alimentos contaminados, especialmente em áreas com condições de higiene precárias e saneamento inadequado. Infelizmente, a doença é endémica em várias regiões de Angola e, com o agravamento das chuvas que têm ocorrido no país, as condições para a propagação do cólera tornam-se ainda mais favoráveis. A OMS tem intensificado os seus esforços para apoiar Angola no reforço das medidas de controlo e prevenção, com o objetivo de evitar mais infecções e salvar vidas.
O governo angolano também está a trabalhar para melhorar as condições sanitárias e de fornecimento de água potável, especialmente nas áreas rurais e periurbanas, que são mais vulneráveis à propagação de doenças como a cólera.
M.S.
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