Angolanos em Roma esperam novo Papa tradicionalista
- Monica Stahelin
- 8 de mai.
- 2 min de leitura

Dois diáconos angolanos que estudam em Roma participaram esta quarta-feira no início do Conclave na Praça de São Pedro, manifestando o desejo de ver eleito um novo Papa que respeite a tradição da Igreja Católica e, eventualmente, possa nomear um cardeal angolano.
Arsénio Messias, de 31 anos, e Daniel dos Santos, de 27, frequentam há seis anos o mestrado em Direito Canónico na Pontifícia Universidade Urbaniana. Ambos elogiam o legado do Papa Francisco, destacando a sua proximidade com os marginalizados, mas defendem que o futuro líder da Igreja deve manter a unidade e a tradição, conciliando-a com os desafios contemporâneos.
Equilíbrio entre tradição e atualidade é prioridade
“Francisco foi um Papa muito próximo do povo, sobretudo daqueles que estão nas margens”, afirmou Arsénio Messias, sublinhando a importância de manter a coesão da Igreja. Para o jovem diácono, o ideal seria um pontífice que preserve a tradição, mas sem ignorar o contexto atual: “É possível conciliar ambas as tendências, se houver equilíbrio”.
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Daniel dos Santos reforça essa visão, recordando Francisco como símbolo de uma “Igreja em saída”, mais próxima das pessoas e menos centrada em estruturas institucionais. “Esperamos um Papa que siga o coração de Deus e responda às expectativas da humanidade de hoje”, afirmou.
Angola fora do Colégio Cardinalício há mais de uma década
Embora não revelem preferência quanto à origem do futuro Papa, ambos expressam o desejo de que Angola volte a ter um representante no Colégio Cardinalício, algo que não acontece desde o tempo de Dom Alexandre do Nascimento. Francisco promoveu a diversidade na nomeação de cardeais, mas durante o seu pontificado Angola não recebeu qualquer designação.
Daniel dos Santos admite esperar uma mudança nesse sentido: “Seria importante voltarmos a ter um representante junto da cúria romana”. Já Arsénio Messias relativiza essa ausência: “Se tivermos um cardeal, é motivo de orgulho. Mas, se não tivermos, a fé mantém-se. O cardinalato é uma dignidade que o Papa concede livremente”.
O Conclave reúne 133 cardeais eleitores de 70 países. Para que um nome seja escolhido, é necessário obter pelo menos 89 votos. A votação realiza-se em sessões diárias, com quatro escrutínios por dia. O resultado de cada ronda é indicado pela cor do fumo que sai da chaminé da Capela Sistina: negro em caso de impasse, branco quando um novo Papa é eleito.
O próximo pontífice herdará debates iniciados por Francisco no âmbito do Processo Sinodal, como o papel das mulheres na Igreja, a integração dos divorciados, a ordenação de homens casados e a relação com outras religiões.
Após a eleição, o novo Papa escolherá o seu nome e será apresentado aos fiéis na Praça de São Pedro, encerrando-se oficialmente o Conclave. A missa de início do Pontificado acontecerá dias depois, conforme a tradição da Igreja Católica.
M.S.
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