Autópsia revela causa da morte de Juliana em vulcão na Indonésia
- Monica Stahelin
- há 1 dia
- 3 min de leitura

Relatório médico indica que a brasileira morreu em consequência de trauma severo após queda no Monte Rinjani. Família acusa resgate de negligência.
Morte rápida após ferimentos graves
A alpinista brasileira Juliana Marins, que caiu durante uma expedição ao Monte Rinjani, na Indonésia, morreu devido a múltiplos ferimentos causados por um forte trauma corporal. De acordo com o laudo da autópsia divulgado esta sexta-feira (27), a jovem sofreu fraturas graves no tórax, ombro, coluna e coxa, o que provocou lesões internas e hemorragias fatais.
“O principal motivo da morte foram os ferimentos na caixa torácica e nas costas”, afirmou o especialista forense Ida Bagus Alit, responsável pelo exame realizado no Hospital Bali Mandara, em Bali. Segundo ele, os indícios apontam para uma morte ocorrida cerca de 20 minutos após o acidente, sem sinais de hipotermia nem evidências de que tenha sobrevivido por muito tempo após a queda.
Apesar disso, há divergência quanto à hora exata da morte. O médico estima que Juliana tenha falecido na quarta-feira (25) entre as 1h e às 13h (horário local), enquanto a agência de resgate indonésia (Basarnas) afirma que a alpinista foi encontrada morta na noite de terça-feira (24).
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Críticas à operação de resgate e promessa de justiça
A morte de Juliana, que caiu num barranco de cerca de 200 metros no dia 21 de junho, mobilizou críticas intensas nas redes sociais, sobretudo por parte de internautas brasileiros. Muitos acusam a operação de resgate de ter sido lenta e mal coordenada, apesar dos alertas de que a jovem ainda estaria viva nas primeiras horas após a queda. Imagens de drones e vídeos gravados por outros escaladores sugerem que Juliana ainda apresentava sinais de vida no sábado (21).
A recuperação do corpo só ocorreu na quarta-feira (25), após dias de busca dificultados pelo mau tempo e pela geografia acidentada do monte. O Parque Nacional do Monte Rinjani e a Basarnas defenderam-se das críticas, alegando que os obstáculos naturais e a necessidade de garantir a segurança das equipas de resgate justificaram a demora.
A família da alpinista, porém, afirma que houve negligência e anunciou a intenção de levar o caso à justiça. “Se a equipa de resgate tivesse conseguido salvá-la dentro das sete horas estimadas, Juliana ainda estaria viva”, lê-se numa publicação da conta de Instagram @resgatejulianamarins, que representa os familiares.
Governo brasileiro mobiliza-se
O governo brasileiro comprometeu-se a apoiar o traslado do corpo de Juliana Marins da Indonésia para o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que determinou ao Ministério das Relações Exteriores que prestasse total assistência à família. O prefeito de Niterói, cidade natal da jovem, também declarou que a autarquia assumirá os custos da repatriação.
Debate sobre segurança em Rinjani
O acidente reacendeu o debate sobre as condições de segurança no Monte Rinjani, o segundo vulcão mais alto da Indonésia, conhecido pela sua beleza e também pelos riscos da escalada. Especialistas e alpinistas experientes sublinharam a necessidade de melhorar a infraestrutura e os protocolos de segurança, sobretudo em trilhas de alto risco como a que Juliana percorria.
Embora o parque tenha reforçado medidas como a instalação de cordas de segurança, escadas e câmaras de vigilância, muitos consideram que a formação de guias, a fiscalização rigorosa e a preparação dos alpinistas ainda são insuficientes para garantir uma escalada segura.
M.S.
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