Campanha Agrária 2025 em Moçambique mira novo recorde
- Monica Stahelin
- há 6 dias
- 2 min de leitura

Foi lançada esta quinta-feira (15), no distrito de Sussundenga, província de Manica, a campanha de comercialização agrícola 2025 de Moçambique, presidida pelo Chefe de Estado, Daniel Chapo. O país prevê comercializar cerca de 21 milhões de toneladas de produtos diversos, superando em aproximadamente um milhão a cifra registada em 2024.
A campanha de 2024 alcançou a venda de 20.104,301 toneladas de produtos, representando um crescimento de 14% em relação a 2023. Este crescimento reflete a capacidade de resistência do sector agrícola moçambicano face a fenómenos climáticos extremos, como os ciclones Judi, Chido e Dikeledi, bem como a outros desafios de natureza social.
Setores em recuperação e culturas em destaque
Durante o balanço apresentado, Daniel Chapo sublinhou que, apesar dos obstáculos, houve um desempenho positivo no que respeita à produção alimentar. Os cereais cresceram 9%, as leguminosas 7%, e raízes e tubérculos 12%, com destaque para a mandioca. No caso das culturas de rendimento, registaram-se aumentos significativos na produção de hortícolas (67%) e de oleaginosas, nomeadamente a castanha de caju e a macadâmia (32%).
Publicidade
O sub-sector do açúcar, que atravessou um período de baixa nos anos anteriores, apresenta sinais de retoma, com um crescimento estimado em 10%.
As províncias de Nampula e Maputo destacaram-se como as principais contribuintes da campanha anterior, representando 25% e 18% do volume total comercializado, respetivamente. As culturas mais representativas foram os tubérculos, que corresponderam a 43% do total, seguidos pelos cereais e por outras culturas de rendimento, com 18%.
Aposta na juventude e na industrialização da economia local
O Presidente da República apelou ao envolvimento activo da juventude na produção e comercialização agrícola, como forma de gerar emprego, rendimento e robustecer a economia nacional. “Desafio aqui a juventude a se empenhar nesta campanha. Queremos jovens dedicados à produção e comercialização. Só assim teremos mais emprego e mais dinheiro”, afirmou.
O governo, segundo Chapo, disponibilizou diversas linhas de financiamento para apoiar produtores, com especial atenção aos jovens, a quem se destina 60% dos fundos do programa de desenvolvimento local.
O chefe de Estado sublinhou ainda a necessidade de mudar a perceção sobre o valor do trabalho informal e da produção agrícola como fonte de rendimento: “Trabalhar não é apenas ter um emprego formal. Vender numa barraca ou cultivar a terra também é trabalho e gera riqueza.”
Reduzir importações e reforçar a independência económica
No seu discurso, Daniel Chapo defendeu a redução da dependência de produtos importados, realçando que Moçambique tem condições suficientes para aumentar a produção interna. “Se formos nós a produzir e vender, teremos mais dinheiro. Vamos importar menos e exportar mais. Esse deve ser o nosso maior desafio para desenvolver o país.”
A campanha de 2025 foi inaugurada com o lema: “Comercialização Agrária como Factor Dinamizador da Economia Local e Industrialização”. A cerimónia incluiu ainda exposições de produtos agrícolas, actividades culturais e discursos oficiais que marcaram o arranque simbólico da nova etapa do sector agrário moçambicano.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Commentaires